Com menos receita do gás, MS corta custeio e mantém saúde, educação e obras como prioridade

Durante o 3º Congresso dos Municípios de Mato Grosso do Sul, realizado entre os dias 20 e 22 de outubro, o governador Eduardo Riedel falou ao Sebrae sobre o desafio de manter os serviços públicos funcionando em meio à queda na arrecadação.

O principal impacto no caixa do Estado veio do gás boliviano. De janeiro a maio de 2025, as importações caíram US$ 163 milhões na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado direto foi uma perda estimada de R$ 100 milhões em ICMS para Mato Grosso do Sul — que, somada à retração registrada em 2024, já supera os R$ 350 milhões.

Governador Eduardo Riedel discursa para centenas de gestores no 3º Congresso dos Municípios de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.Governador Eduardo Riedel discursa para centenas de gestores no 3º Congresso dos Municípios de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

“Se o Estado não tivesse atividade econômica aquecida, estaria sofrendo muito mais”, disse Riedel. Para evitar prejuízos maiores, o governo decidiu agir com ajuste: um decreto publicado em agosto limitou em até 25% os gastos com custeio, cortando contratos, compras e despesas administrativas.

A estratégia, segundo o governador, foi proteger áreas essenciais: saúde, educação e investimento. E os números confirmam o discurso.

Só na saúde, o orçamento para 2025 prevê R$ 2,657 bilhões, com R$ 826,9 milhões executados no segundo quadrimestre. Na educação, a Secretaria Estadual tem R$ 3,289 bilhões previstos, além de um pacote de R$ 920 milhões em modernização da rede escolar, incluindo ônibus, kits escolares, tecnologia e obras em andamento.

“Nós blindamos onde a população mais precisa: cirurgia marcada, aula dada, obra entregue”, afirmou o governador.

Mesmo com o aperto, o Estado também manteve o ritmo de investimento público. A proposta orçamentária de 2026 projeta R$ 3,44 bilhões em investimentos — cerca de 12,6% do total do orçamento. O percentual mantém Mato Grosso do Sul entre os estados com maior taxa de aplicação em infraestrutura e obras públicas.

Uma das alternativas para amenizar a dependência do gás boliviano está vindo da Argentina. A MSGás já recebeu autorização da ANP para importar até 150 mil metros cúbicos por dia via Corumbá, abrindo caminho para diversificar as fontes de abastecimento e recuperar parte da arrecadação.

Riedel evitou antecipar qualquer definição sobre reeleição. “A campanha tem hora. Agora, é hora de entregar.” A fala encerrou a entrevista com o mesmo tom da gestão: conter onde for possível para garantir o essencial.

 

 

 

 

actc

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