O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (10), em São Paulo, um novo modelo de crédito imobiliário destinado à classe média. O programa, que será implementado gradualmente até 2027, prevê a reestruturação do uso da poupança para ampliar o acesso ao crédito habitacional, com expectativa de financiamento de até 80 mil novas moradias pela Caixa Econômica Federal (Caixa) até 2026.
Novo crédito habitacional para a classe média
Durante participação no evento Incorpora 2025, um dos principais encontros do setor habitacional, Lula explicou que o novo programa busca atender famílias com renda superior a R$ 12 mil, faixa não contemplada pelas condições atuais do Minha Casa, Minha Vida, que oferece juros menores para quem ganha até esse valor. O presidente destacou que o objetivo é permitir que trabalhadores que não se enquadram nas faixas de renda mais baixas tenham acesso facilitado à casa própria.
Reestruturação do uso da poupança
O novo modelo de crédito imobiliário altera o direcionamento dos recursos da caderneta de poupança. O total depositado na poupança passará a ser referência para o uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central relacionados a esse tipo de aplicação. O valor máximo de imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) será elevado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Transição e novas regras até 2027
A mudança será implementada de forma gradual. Até janeiro de 2027, permanece o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança para o crédito habitacional. Após esse período, os depósitos compulsórios serão extintos, e os bancos poderão usar a totalidade dos recursos da poupança para o crédito imobiliário, além de incorporar outras fontes, como LCIs e CRIs.
Motivações para o novo modelo
Segundo o governo, a alteração busca maximizar o uso da poupança no financiamento imobiliário e ampliar a oferta de crédito, em meio à redução dos depósitos em caderneta observada nos últimos anos. Entre os fatores para os saques estão a taxa Selic elevada, que incentiva aplicações em produtos financeiros de melhor rendimento. O governo também argumenta que a modernização das regras deve aumentar a competição no setor, permitindo que mais instituições financeiras participem do mercado de crédito habitacional.
Expectativas do programa
Com a nova política, a previsão é que a Caixa financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026 para famílias de classe média. O governo aponta que o modelo permitirá que trabalhadores tenham acesso a imóveis maiores e localizados próximos às regiões em que já vivem, atendendo a demandas específicas desse público.