A reunião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com os governadores, em Brasília, teve resultado positivo para Mato Grosso do Sul. O chefe do Executivo sul-mato-grossense, Eduardo Riedel (PSDB), destacou que os projetos prioritários foram bem recebidos pelo governo federal, que abriu uma linha direta por meio da Casa Civil.
“A gente percebe no governo federal uma retomada de diálogo. Isso é muito importante. Já se formou uma linha direta com a Casa Civil para que a gente possa avançar em grandes projetos como a concessão de rodovias federais, o acesso à ponte de Porto Murtinho com a Rota Bioceânica, que está sendo conclusa, assim como toda a relicitação da Malha Oeste e a retomada da UFN3”, afirmou o governador.
Sobre a Rota Bioceânica, a construção da ponte binacional sobre o rio Paraguai, ligando Porto Murtinho à cidade paraguaia de Carmelo Peralta, está sendo financiada pela Itaipu Binacional e coordenada pelo Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai. O governo brasileiro precisa construir uma alça de acesso da BR-267 até a ponte.
O Governador Eduardo Riedel também levou para reunião com Lula as seguintes demandas:
- Duplicação da BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas, passando por Ribas do Rio Pardo e Água Clara (região das novas fábricas de celulose da Arauco e da Suzano);
- Relicitação da BR-163 com inclusão do trecho da BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e a divisa com São Paulo (para duplicação);
- Destravamento da relicitação da Malha Oeste (ferrovia com 1.973 km de extensão que liga Corumbá a cidade paulista de Mairinque, com ramal entre Campo Grande e Ponta Porã);
- Conclusão da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III), em Três Lagoas, que teve o processo de venda encerrado pela Petrobras nesta semana.
Durante o encontro no Palácio do Planalto, também entraram em pauta as perdas dos estados com a redução das alíquotas de ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e serviços) em diversos setores.
“É importante que o governo federal se envolva nessa discussão porque ela afeta diretamente o pacto federativo. São os 26 estados e o Distrito Federal nessa condição. Então, o ministro Fernando Haddad colocou que junto a AGU [Advocacia-Geral da União] vai buscar uma solução definitiva dessas questões tributárias”, destacou Riedel.
O presidente Lula e os 27 governadores assinaram uma carta em defesa da democracia, reafirmando o compromisso com o Estado Democrático de Direito.