Prefeito afastado de Terenos ficará com tornozeleira até janeiro de 2026

Solto pelo STJ após ficar 24 dias preso por corrupção, o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), ficará inicialmente com tornozeleira, pelo prazo de três meses. Ou seja, até janeiro de 2026.

A decisão é do desembargador José Ale Ahmad Netto e foi publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira (8).

Ele e outras 15 pessoas haviam sido presas no dia 9 de setembro, no contexto da Operação Spotless, que revelou esquema de fraudes de mais de R$ 15 milhões em contratos de obras em Terenos. O grupo fraudava licitações e também contratos de obras na cidade, entre 2021 e 2023.

A soltura de Budke só foi possível mediante imposição de medidas cautelares. Uma delas é a tornozeleira eletrônica.

No entanto, o prazo inicial estipulado pelo magistrado é de 90 dias. No entanto, o monitoramento poderá ser prorrogado.

Além disso, ele também está proibido de se aproximar das dependências da prefeitura ou de órgãos municipais de Terenos e proibido de contato com os demais investigados.

Conforme os advogados Felipe Barbosa da Silva e Julicezar Barbosa, “com a concessão da liberdade, o Superior Tribunal de Justiça reconhece a desnecessidade da prisão. Após esse importante passo, Henrique Budke se dedicará às próximas fases da defesa, buscando o merecido reconhecimento de sua inocência“.

 

Confira a relação completa de presos:

  • Henrique Wancura Budke, prefeito que pediu afastamento após a operação;
  • Arnaldo Santiago, empreiteiro;
  • Cleberson José Chavoni Silva, empreiteiro;
  • Eduardo Schoier, empreiteiro;
  • Fábio André Hoffmeister Ramires, terceiro-sargento da PM;
  • Fernando Seiji Alves Kurose, empreiteiro;
  • Genilton da Silva Moreira, empreiteiro;
  • Hander Luiz Correa Grote Chaves, empreiteiro;
  • Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário de Obras;
  • Leandro Cícero Almeida de Brito, engenheiro;
  • Nadia Mendonça Lopes, empreiteira;
  • Orlei Figueiredo Lopes, ‘testa de ferro’ do prefeito, enviado para receber propinas;
  • Sandro José Bortoloto, empreiteiro;
  • Sansão Inácio Rezende, empreiteiro;
  • Tiago Lopes de Oliveira, ex-chefe de gabinete;
  • Valdecir Batista Alves, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e diretor na Agraer.

Prefeito comprou imóveis e empresas com dinheiro de propina

Prefeito de Terenos, Henrique Budke. (Foto: Reprodução, Redes Sociais)
Conforme o relatório de investigação ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, Budke viu seu patrimônio declarado aumentar 691% entre as eleições de 2020 — a primeira que disputou — e de 2024 — na que se reelegeu.Os investigadores cruzaram dados e levantaram que Henrique teria recebido cerca de R$ 611 mil em propinas.

Para o Gaeco, ao menos três bens do prefeito foram declarados com valores muito inferiores ao que realmente valem.

Exemplo citado na investigação é a Fazenda Ipê Amarelo, de 161 hectares, em Aquidauana, que ele declarou valer R$ 1,5 milhão — pagos à vista. No entanto, o valor de mercado da propriedade seria de R$ 4.356,017,67.

Para os investigadores, o enriquecimento vivenciado pelo prefeito era incompatível com suas funções. Assim, o Gaeco conclui que os valores recebidos como propina foram usados para aumentar o patrimônio de Henrique.

Além disso, ele investiu em empresas, como a Resilix Ltda., da qual ele declarou ter apenas R$ 1 mil pela participação societária de 33%. “Parece ter recebido valores ilícitos, pois sofreu uma alteração exponencial em seu capital social“, diz o documento.

Logo, os investigadores descobriram que o capital social da empresa atingiu R$ 2.237,700,00. Ou seja, Budke seria dono de R$ 745,9 mil da empresa — e não de apenas R$ 1 mil como informado anteriormente.

Somado o valor real de mercado, o montante dos bens alcançaria em 2024 o montante real de R$ 6.141.948,18, o que indicaria crescimento de 691% em relação ao que foi declarado na eleição de 2020“, destaca outro trecho da investigação.

 

 

 

 

 

midiamax

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