Pelo menos 67 pessoas morreram neste domingo (15) no Nepal quando um avião com 72 ocupantes caiu, informou a companhia aérea Yeti Airlines. Um vídeo mostra a aeronave segundos antes de se chocar com o solo.
Uma autoridade local disse que “alguns” sobreviventes foram levados para um hospital, embora isso ainda não tenha sido confirmado pela Yeti Airlines, que operava o voo procedente de Kathmandu, capital do Nepal.
Havia 68 passageiros e 4 tripulantes no voo. Entre os passageiros do voo, encontram-se 15 estrangeiros: cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, um argentino, um australiano, um irlandês e um francês, disse ainda o porta-voz.
O avião caiu entre os aeroportos doméstico e internacional de Pokhara, no centro do país, pouco antes das 11h, hora local (2h, no horário de Brasília).
O aeroporto internacional de Pokhara, inaugurado em 1º de janeiro, deve substituir gradativamente o antigo, que remonta a 1958. A cidade é um importante ponto de trânsito para peregrinos e montanhistas estrangeiros.
Após o acidente, os socorristas examinavam os restos do aparelho, um ATR-72 movido por dois motores turbo-hélices.
A área estava repleta do que pareciam ser destroços de aeronave, incluindo assentos.
Num vídeo compartilhado nas redes sociais, dezenas de pessoas podiam ser vistas à volta de uma grande fogueira, que exalava uma espessa fumaça negra no fundo de uma ravina. Alguns tentaram apagar as chamas jogando água.
A indústria aeronáutica do Nepal cresceu muito nos últimos anos, tanto no transporte de mercadorias como de pessoas.
O transporte de turistas, principalmente peregrinos e montanhistas estrangeiros, também cresceu.
No entanto, devido à falta de treinamento da equipe e problemas de manutenção, as empresas geralmente sofrem com problemas de segurança. A União Europeia, por isso, proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.
O país também possui algumas das trilhas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a abordagem desafiadora até mesmo para pilotos experientes.
Segundo indicam as empresas, o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.
Em maio de 2022, as 22 pessoas que viajavam a bordo de um avião da empresa nepalesa Tara Air — 16 nepaleses, quatro indianos e dois alemães — morreram quando o aparelho caiu.
O controle aéreo perdeu contato com a aeronave bipropulsora logo após a decolagem de Pokhara a caminho de Jomsom, um popular ponto de trilha.
Seus restos mortais foram encontrados um dia depois na encosta de uma montanha a uma altitude de cerca de 4.400 m.
Após o acidente, as autoridades apertaram as regras, estabelecendo entre outras coisas que os aviões só podem voar se as previsões meteorológicas forem favoráveis durante toda a viagem.
Em março de 2018, 51 pessoas morreram na queda de um avião da US-Bangla Airlines perto do aeroporto internacional de Katmandu, em uma situação notoriamente difícil.
Esse acidente foi o mais mortal no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram quando ele caiu perto de Katmandu.
Dois meses antes, um avião da Thai Airways caiu perto do mesmo aeroporto, matando 113 pessoas.
reuters