Após a devastação causada pela passagem da Tempestade Daniel pela Líbia, a situação no país é de desespero e tragédia. Três dias após a tempestade, os corpos de vítimas continuam a aparecer nas praias de Derna, uma das cidades mais atingidas pelo desastre. O ministro da Aviação Civil, Hichem Chkiouat, relatou que o mar continua a despejar dezenas de corpos, elevando o número de mortos para mais de 5.300. E, de acordo com Chkiouat, esse número pode aumentar significativamente, talvez até dobrar, à medida que os resgates e as buscas prosseguem.
A Organização Internacional para as Migrações, agência de migração da ONU, reportou que mais de 30 mil pessoas foram deslocadas somente na cidade de Derna, que foi uma das mais afetadas pela tempestade. A região central de Derna é margeada por um rio que deságua no mar, e barragens foram construídas para proteger a área urbana das inundações.
No entanto, durante a tempestade, essas barragens cederam, liberando uma torrente de água que totalizou mais de 33 milhões de metros cúbicos. Testemunhas descreveram ondas com até 3 metros de altura varrendo as áreas atingidas. Casas e edifícios foram destruídos, e centenas de pessoas foram arrastadas em direção ao mar.
A Tempestade Daniel se formou na região do Mediterrâneo no início de setembro e causou estragos na Grécia antes de seguir em direção à África, passando pelo norte do continente. A Líbia foi duramente atingida pela tempestade, com chuvas intensas que, segundo especialistas, podem ter acumulado até 1.000 mm de precipitação em apenas dois dias.
Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, e outras regiões também sofreram com os impactos da tempestade. A devastação causada pela Tempestade Daniel representa uma das maiores tragédias naturais que o país já enfrentou, e a busca por sobreviventes e a ajuda humanitária são urgentes diante da escala da catástrofe.
reuters