EUA criam unidade para combater terrorismo doméstico

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos decidiu criar uma unidade para combater o terrorismo doméstico. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 11, pelo subsecretário da Divisão de Segurança Nacional, Matthew Olsen. A nova unidade é uma consequência direta do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e das ameaças crescentes de supremacistas brancos.

Durante uma audiência na Comissão de Justiça do Senado, Olsen afirmou que a decisão reflete uma percepção crescente das autoridades de segurança dos EUA de que os extremistas domésticos significam uma ameaça tão importante quanto a de organizações internacionais.

“Enfrentamos uma ameaça grande de indivíduos dentro dos EUA que buscam cometer atos criminosos violentos em nome de objetivos sociais ou de políticos domésticos”, disse Olsen. “Presenciamos uma ameaça crescente por parte daqueles que são motivados por animosidade racial, bem como daqueles que se atribuem ideologias extremistas antigovernamentais.”

De acordo com ele, a nova unidade fará parte do Departamento de Segurança Nacional e trabalhará para garantir que esses casos sejam devidamente tratados e coordenados de forma eficaz nos EUA.

Jill Sanborn, diretora de segurança nacional do FBI, disse que a maior preocupação no momento é com extremistas violentos motivados pelo ódio racial e contra o governo. “A ameaça mais letal vem de extremistas violentos com motivação racial ou étnica que defendem a superioridade da raça branca e de extremistas violentos antigoverno”, disse.

Em novembro, um alto funcionário do FBI disse ao Congresso que seus agentes conduziam cerca de 2,7 mil investigações relacionadas ao extremismo violento doméstico nos EUA.

Condenações

Ainda nesta terça-feira, um ex-líder do grupo neonazista americano Atomwaffen Division foi condenado a 7 anos de prisão por ter participado de uma campanha de intimidação contra jornalistas e ativistas antirracismo.

Kaleb Cole, de 25 anos, juntamente com outros três membros do grupo, produziram cartazes adornados com símbolos nazistas e coquetéis molotov e os enviaram em janeiro de 2020 a residências de vários jornalistas, muitas vezes judeus ou procedentes de minorias, e ativistas, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.

Durante seu julgamento, em um tribunal federal de Seattle, as vítimas relataram o impacto dessa campanha de intimidação: algumas se mudaram, outras instalaram alarmes, compraram uma arma ou abandonaram o jornalismo, segundo o ministério.

Os três cúmplices de Cole preferiram se declarar culpados e fechar acordos com os promotores, o que lhes permitiu enfrentar penas menos severas. Um quinto membro do Atomwaffen Division , John Denton, foi condenado em maio a 6 anos e 5 meses de prisão, depois de se declarar culpado de “ameaças” e “insultos”.

 

 

NYT e REUTERS

 

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