Após terem dado sinais de avanços ao longo da semana, as negociações para solucionar o impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos travaram nos últimos dois dias, à medida que a Casa Branca rejeita demandas da oposição por cortes de gastos públicos.
Na manhã deste domingo, 21, o presidente americano, Joe Biden, acusou os republicanos de insistirem em “posições extremas”. Durante a viagem de volta do Japão, onde participou da cúpula de líderes do G7, o democrata conversou por telefone com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, sobre o tema. Os dois ficaram de se encontrar pessoalmente nesta segunda, 22.
O encontro – o terceiro entre os políticos em menos de duas semanas – será uma tentativa de conter a deterioração nas discussões desde que Biden viajou à Ásia. Na sexta-feira, o deputado Garret Graves, que lidera o lado republicano no debate, disse que as negociações seriam “pausadas” porque o governo não estaria sendo “razoável”.
As conversas foram retomadas mais tarde no mesmo dia, mas tiveram progressos limitados desde então. Ontem, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, emitiu um duro comunicado em que afirma que a oposição trouxe demandas “demandas partidárias extremas” sem chances de aprovação no Congresso.
“Sejamos claros: a equipe do presidente está pronta para reunião a qualquer momento. E, vamos levar a sério o que pode passar no Congresso de forma bipartidária, chegar à mesa do presidente e reduzir o déficit”, escreveu a porta-voz, que ainda acusou a liderança republicana de estar cedendo às alas mais radicais do partido.
A legenda oposicionista exige condicionar o aumento do teto da dívida a cortes profundos nas despesas públicas, além do endurecimento de regras para beneficiários de programas sociais. Um grupo de 57 deputados republicanos foi além e argumentou que a legislação deve incluir ainda restrições para a imigração ilegal. O governo Biden já sinalizou veemente oposição a todas essas demandas.
O impasse ameaça impor aos EUA um imprevisível cenário de default da dívida pública. A secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, disse hoje considerar “bem pequenas” as chances de o governo chegar a 15 de junho com capacidade de honrar obrigações financeiras se o teto não for suspenso ou elevado.
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