Joe Biden perdoa dívidas de milhões de estudantes americanos

O governo do presidente americano Joe Biden anunciou nesta quarta-feira (24.ago.22) o perdão de até US$ 10.000 (R$ 50.989, na cotação atual) em dívidas estudantis para milhões de pessoas e até US$ 20.000 (R$ 101,9 mil, na cotação atual) em dívidas para estudantes de baixa e média renda que anteriormente receberam uma doação Pell Grant, um subsídio a estudantes dado pelo governo federal dos EUA durante a pandemia.  

Segundo o presidente norte-americano, o perdão será destinado para os estudantes que tem uma renda anual menor de US$ 125 mil (R$ 637 mil, na cotação atual). Os 5% mais ricos do país não terão direito ao benefício. Ao todo, serão 43 milhões de estudantes beneficiados pelas ações.

O pacote de medidas voltado à educação também envolve o corte pela metade das mensalidades de estudantes de graduação. Em média, a redução será de US$ 1.000 (R$ 5.113, na cotação atual) para os pagamentos anuais dos empréstimos.

De acordo com o documento publicado pela Casa Branca, a dívida federal acumulada com empréstimos estudantis chegou a US$ 1,6 trilhão.

A publicação do governo americano destaca que os estudantes de classe média beneficiários “lutam com pagamentos mensais altos e saldos crescentes que dificultam a construção de riqueza, como comprar casas , guardar dinheiro para a aposentadoria e iniciar pequenos negócios“.

O governo norte-americano diz que, com as medidas, haverá uma redução na desigualdade racial. De acordo com o comunicado, os alunos negros são duas vezes mais propensos a receberem o Pell Grants.

À repórteres, funcionários do governo disseram que a combinação de perdão e recomeço de pagamentos em janeiro “compensaria” um ao outro, em contraponto às críticas de que os principais elementos dos planos aumentariam a inflação.

“Tem um impulso fiscal negativo, arrecadando mais pagamentos dos mutuários. E um passo que tem impulso fiscal positivo – oferecer alívio da dívida aos mutuários mais necessitados”, disse o funcionário. “Existem certas condições e suposições sob as quais poderia ser neutro ou deflacionário”, completou.

Os funcionários também divulgaram um plano já em andamento no Departamento de Educação para reformar o atual sistema de pagamento de empréstimos estudantis. Esse plano baseado em renda reduziria pela metade os pagamentos mensais para estudantes de graduação e proporia uma mudança permanente nas regras do programa de alívio de empréstimos para o serviço público para facilitar o recebimento de crédito de perdão de empréstimos para pessoas com empregos nas forças armadas, organizações sem fins lucrativos ou no governo.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, um dos principais defensores do cancelamento da dívida estudantil, instou Biden a fornecer o máximo de alívio possível aos mutuários durante um telefonema com o presidente na noite de terça-feira, de acordo com um democrata familiarizado com a discussão.

A ligação seguiu uma discussão que altos funcionários da Casa Branca, incluindo o chefe de gabinete Ron Klain, tiveram com Schumer e a senadora Elizabeth Warren (D-Mass.) e Raphael Warnock (D-Ga.), os líderes do esforço para convencer Biden cancelar a dívida do empréstimo estudantil desde que assumiu o cargo.

Em um comunicado após a Casa Branca confirmar o plano nesta quarta-feira, Schumer elogiou a decisão geral como a “ação mais eficaz que o presidente pode tomar por conta própria para ajudar as famílias trabalhadoras e a economia”.

As deliberações de última hora sobre o alívio da dívida ocorrem no momento em que a Casa Branca encara um prazo auto-imposto para resolver a questão. A moratória de juros e pagamentos relacionada à pandemia, que começou em março de 2020 no governo Trump e foi prorrogada quatro vezes por Biden, deve expirar em 31 de agosto.

 

 

reuters

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