O Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, em Roma, onde o papa Francisco, de 88 anos, está internado desde a última sexta, 14, é considerado o maior da capital italiana. Nesta segunda, 17, o Vaticano informou que a infecção no trato respiratório do pontífice está apresentando um “quadro clínico complexo” que exigirá mais hospitalização e uma mudança nos remédios administrados.
Criado em 1964, o nome do hospital é uma homenagem a Agostino Gemelli, teólogo franciscano que fundou a Universidade Católica na década de 1920. O terreno para o hospital foi doado pelo papa Pio XI no início do século 20 para a Faculdade de Medicina da Universidade Sagrado Coração.
No décimo andar do prédio está o apartamento privado dos Papas, de 200 metros quadrados, com quartos para acompanhantes e assistentes, equipado com móveis e uma capela.
Não é a primeira vez que o pontífice fica na unidade. A primeira internação ocorreu em julho de 2021, quando foi submetido a uma intervenção cirúrgica devido a uma diverticulite. A segunda foi em 29 de março de 2023, quando ficou hospitalizado para tratar uma bronquite infecciosa. A terceira, em junho daquele mesmo ano, quando ele precisou ser operado em caráter de emergência e sob anestesia geral, devido ao risco de obstrução intestinal.
O papa João Paulo II também passou vários dias internado no hospital em 2005, ano em que morreu. Na época, ele tinha a saúde debilitada pelo Parkinson e teve de enfrentar várias hospitalizações. João Paulo II passou tanto tempo nesse hospital que ele costumava se referir ao Gemelli, em tom de brincadeira, como um “terceiro Vaticano”, depois da Santa Sé e do Castel Gandolfo, residência de verão dos Papas, fora de Roma.
No total, o polonês foi tratado no Gemelli nove vezes: para extrair um tumor benigno, tratar uma inflamação e reparar ossos quebrados. A outra passagem mais marcante foi em maio de 1981, quando Karol Wojtyla foi levado à unidade após ser atingido por dois tiros disparados pelo turco Ali Agca. No total, ele passou 153 dias internados no centro médico.
O padre George Ratzinger também foi cuidado pelos médicos deste hospital em 2005, para uma cirurgia cardíaca, e chegou a receber a visita do seu irmão, o papa Bento XVI. O pontífice alemão, que morreu em 31 de dezembro de 2022, entretanto, nunca foi tratado no Gemelli.
(Com Informações da Associated Press)