Por decisão do presidente Vladimir Putin, a Rússia planeja conduzir exercícios militares envolvendo armas nucleares táticas, conforme anunciado pelo Ministério da Defesa nesta segunda-feira (6). O movimento é descrito como uma reação direta às declarações consideradas provocativas por autoridades ocidentais, incluindo recentes comentários do presidente francês Emmanuel Macron sobre uma potencial intervenção militar na Ucrânia.
De acordo com o ministério russo, os exercícios envolverão unidades do Distrito Militar do Sul e destacamentos navais, preparando-se para o uso operacional de armas nucleares não estratégicas. Este tipo de arsenal é conhecido por ter um poder destrutivo menor em comparação aos mísseis balísticos intercontinentais, sendo projetado principalmente para o uso em campos de batalha específicos.
A decisão de incluir armas nucleares em manobras militares é vista com preocupação por analistas internacionais, pois intensifica a tensão entre a Rússia e nações ocidentais. A Rússia tem criticado abertamente o apoio do Ocidente à Ucrânia, especialmente em termos de assistência militar, argumentando que isso contribui para a escalada de um conflito que já dura mais de dois anos desde a invasão russa ao território ucraniano em fevereiro de 2022.
Em meio a essas tensões, Macron reiterou que a França não descarta o envio de tropas para apoiar a Ucrânia, enquanto David Cameron, secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, afirmou que Kiev poderá utilizar armas de longa distância fornecidas pelo seu país para atingir alvos dentro da Rússia. Tais declarações são vistas por Moscou como escaladas perigosas que poderiam levar a um confronto direto entre potências nucleares.
O uso de armas nucleares, mesmo que táticas, em exercícios militares é um ato raro e geralmente interpretado como um sinal de força e advertência. Países detentores de arsenais nucleares normalmente realizam verificações de rotina em suas capacidades, mas raramente apontam essas ações como respostas a ameaças específicas, o que torna o anúncio russo particularmente notório.
A comunidade internacional segue observando atentamente os desenvolvimentos na região, esperando que as tensões possam ser amenizadas através de canais diplomáticos.
reuters