O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela confirmou nesta quinta-feira (22) a reeleição de Nicolás Maduro como presidente para o mandato de 2025 a 2031, em uma decisão definitiva sobre o pleito realizado em 28 de julho. A corte também determinou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) publique os resultados oficiais no Diário Oficial até 30 de agosto, conforme estabelece o artigo 155 da Lei Orgânica dos Processos Eleitorais.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, declarou que a decisão é inapelável e que os resultados apresentados pelo CNE foram certificados pela Sala Eleitoral do tribunal. Ela também destacou que o Poder Eleitoral foi alvo de um ataque cibernético, que teria prejudicado o processo de apuração, mas que as urnas e os boletins de votação permaneceram intactos e condizentes com os registros nas bases de dados dos centros de totalização.
A falta de publicação imediata dos resultados eleitorais tem gerado desconfiança dentro e fora da Venezuela, alimentando questionamentos sobre a transparência do processo. A oposição, que não reconhece a reeleição de Maduro, acusou o TSJ de validar uma fraude eleitoral e afirmou que a decisão do tribunal é “ineficaz e nula”. O Ministério Público venezuelano já abriu uma investigação contra os responsáveis por um site da oposição que teria divulgado atas falsas indicando a vitória do opositor Edmundo González.
Caryslia Rodríguez defendeu a legitimidade do TSJ para resolver impasses eleitorais, citando como exemplo disputas judiciais em eleições no Brasil, México e Estados Unidos. Além disso, criticou partidos de oposição e o candidato Edmundo González por não entregarem as atas eleitorais solicitadas, o que, segundo ela, demonstra um desrespeito à ordem constitucional.
reuters