Após resposta de um requerimento sobre contratação investigada por corrupção, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) irá analisar os documentos. Conforme o presidente da Câmara de Terenos, Leandro Caramalac (PSD), a apuração deve começar na próxima semana.
A Câmara do município, recebeu informações sobre um dos contratos da prefeitura investigados por corrupção. Contudo, a documentação chegou ao Legislativo após operação que prendeu o chefe do Executivo, Henrique Budke (PSDB).
“Chegaram informações do contrato de limpeza urbana, e na próxima semana vamos começar a analisar notas fiscais, empenhos e medição”, disse o presidente da Casa, vereador Leandro Caramalac.
Prazo
Assim, o presidente da Câmara Municipal, explicou que os documentos chegaram à Casa após o prazo, já que houve troca de prefeito.
“Só depois, porque eles têm um prazo de 15 dias, e eu solicitei esse requerimento uma semana antes da operação. O requerimento foi na segunda, e a operação foi na terça, na verdade. Como houve a troca do prefeito, demorou para responder”, detalhou Caramalac.
Contudo, os documentos estão em formato digital e devem passar por análise em forma física. “Como chegou em um pendrive, a gente tem que imprimir tudo para olhar. Na próxima semana, a gente começa a fazer isso, vai para as comissões de Legislação e Justiça”, disse o presidente.
Mais de um
A Câmara Municipal de Terenos também registrou outros requerimentos. Vereadores da Casa pediram cópia de dois contratos de empresas investigadas antes da operação policial que prendeu o prefeito afastado.
Outros dois requerimentos questionaram a atuação da RS Construções e Serviços LTDA. (CNPJ 24.272.210/0001-05). Então, dez dos 11 vereadores assinaram o requerimento em junho de 2025.
Ademais, em abril e agosto, outros dois pedidos questionaram a prefeitura sobre o contrato da RS Construções e Serviços.
Em setembro, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) prenderam Budke e outras 15 pessoas. Todos receberam liberdade em outubro.
Por três vezes
Em abril de 2025, o vereador Assis Alves de Almeida, o Saci (PSDB), assinou requerimento solicitando à prefeitura as notas fiscais de pagamento emitidas pela RS, nos períodos de janeiro, fevereiro, março, junho, setembro e dezembro de 2024.
Conforme o parlamentar, as notas “não foram enviadas anteriormente, como foi solicitado à empresa RS”.
Já em junho, dez vereadores — exceto Clayton Melo Welter, o Caco (PP) — assinaram requerimento pedindo cópia do contrato com a RS e também a íntegra do contrato com a “Empresa Rogério ME”. Esta última não consta no Portal da Transparência, podendo ser um erro de digitação no documento.
Além disso, em agosto, um requerimento do presidente Leandro Caramalac (PSD) pediu informações sobre a operação tapa-buracos, realizada pela RS Construções, e cópia da nota fiscal e planilha de medição de julho de 2025.
Prefeito afastado e mais 25 são denunciados à Justiça
A Prefeitura de Terenos foi alvo de devassa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) em 9 de setembro.
Foram expedidos 16 mandados de prisão. Ademais, foram 59 mandados de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).
Assim, o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e mais 25 pessoas envolvidas no suposto esquema de corrupção na prefeitura, desmontado após a Operação Spotless, em setembro de 2025. Budke está preso há mais de 20 dias.
Logo, as licitações de obras públicas eram direcionadas, e empresas se revezavam nos serviços. Então, garantiam que o grupo se beneficiasse do esquema, que incluía pagamento de propina ao prefeito e outros citados.
Denunciados
- Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
- Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
- Arnaldo Santiago, empresário
- Cleberson José Chavoni Silva, empresário
- Daniel Matias Queiroz, empresário
- Edneia Rodrigues Vicente, empresário
- Eduardo Schoier, empresário
- Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
- Felipe Braga Martins, empresário
- Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
- Genilton da Silva Moreira, empresário
- Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
- Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
- Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
- Luziano dos Santos Neto, empresário
- Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
- Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
- Nádia Mendonça Lopes, empresária
- Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
- Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
- Rogério Luís Ribeiro, empresário
- Sandro José Bortoloto, empresário
- Sansão Inácio Rezende, empresário
- Stenia Souza da Silva, empresário
- Tiago Lopes de Oliveira, empresário
- Valdecir Batista Alves, empresário
Por fim, o procurador-geral de Justiça Romão Ávila Milhan Júnior pontuou que “o que se apurou na investigação é uma organização criminosa instalada no Poder Executivo do Município de Terenos, atuando há anos para fraudar licitações e saquear os cofres públicos, um verdadeiro balcão de negócios comandado pelo prefeito municipal [Henrique Budke]”.
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