Candidatar-se à prefeitura de Campo Grande na expectativa de ser prefeito pela terceira vez é um sonho que começa a tornar-se cada vez mais distante para o ex-governador André Puccinelli (MDB). Após auto lançar a sua pré-candidatura, a avalanche de fatos desgastantes sobrecarrega seus ombros e o levam ao destempero, como vem ocorrendo ultimamente.
Ao informar-se – ou ser informado – que um de seus fiéis seguidores, o advogado Ulisses Duarte, bandeou-se de mala e cuia para as trincheiras da prefeita Adriane Lopes (PP), o dirigente emedebista surtou. E forneceu sua versão para a mudança: “É um assalariado, foi para onde paga mais”. Como se sabe, Puccinelli não engoliu quieto a atitude de Ulisses Duarte, a quem havia contemplado com a presidência do diretório municipal do MDB em Campo Grande.
Quando o MDB precisou trocar sua direção na Capital, Puccinelli bancou o nome de Duarte, batendo de frente com correligionários que não o aceitavam e queriam outro filiado. No grupo estavam os vereadores Loester de Oliveira e Jamal Salem. Além de deixar o diretório e deletar o seu nome do cadastro de filiados emedebistas, Duarte abrigou-se no PP para trabalhar na prefeitura e fazer a campanha de Adriane. Já foi nomeado assessor de Marco Aurélio Santullo, secretário municipal de Governo e homem-forte da senadora Tereza Cristina.
ISOLAMENTO
A má condução do partido e a insatisfação dos filiados reforçam o ambiente de desolação no MDB, que perdeu sua força tradicional ao ficar elencado em escândalos políticos e governamentais. Por conta disso, vem sofrem seguidas e avassaladoras derrotas nas urnas. Ulisses Duarte não é o primeiro, nem será o último a buscar novos tetos partidários, sobretudo os que desejam candidatar-se em outubro.
Há anos que os emedebistas vêm sendo rechaçados nas urnas em Mato Grosso do Sul, principalmente após o último mandato de Puccinelli como governador (2011-14). Neste período avolumaram-se as denúncias e operações do Gaeco contra a corrupção, tendo Puccinelli no alvo. Um dos resultados foram as acachapantes derrotas de candidatos emedebistas na maioria dos municípios. E para a próxima disputa na Capital, cresce o risco de Puccinelli ficar isolado, o que pode induzi-lo a buscar um composição salvadora em termos de sobrevivência política.
flcg