O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta segunda-feira (11) a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), que devem formar uma chapa para disputar o Palácio do Planalto em outubro. “Pelo poder, se uniram”, disse Bolsonaro em entrevista ao grupo “O Liberal”, do Pará.
Na última sexta-feira (8) o PSB oficializou a indicação de Alckmin, recém-filiado à sigla após 33 anos de PSDB, para ser o vice de Lula nas eleições e enfrentar Bolsonaro nas urnas. Hoje, Lula é líder nas pesquisas de intenção de voto e o principal adversário do governo nas urnas. No dia da indicação, Bolsonaro compartilhou foto de Lula e Alckmin nas redes sociais e ironizou a postagem ao escrever “Kkkkkkkkk”.
“Alckmin era um ferrenho opositor de Lula por décadas”, lembrou Bolsonaro na entrevista desta segunda-feira. “Eram inimigos lá atrás e são amigos hoje, ou mentiam lá atrás ou mentem hoje”, acrescentou.
Lula e Alckmin minimizam o fato de terem se enfrentado politicamente no passado e dizem que a união se dá para defender a democracia e combater o “autoritarismo” de Bolsonaro.
Exploração em terra indígena
Jair Bolsonaro afirmou, também, que o governo ainda não tem maioria no Congresso para aprovar o projeto de lei que autoriza exploração mineral em terras indígenas. “Nós pretendemos libertar os indígenas do jugo do Estado, queremos dar liberdade para eles produzirem”, disse o presidente em entrevista ao grupo “O Liberal”.
Para atender à bancada ruralista no Congresso, o governo tem insistido no projeto e usa o discurso de que a medida ajudaria o País a reduzir a dependência de fertilizantes russos, cuja importação foi estrangulada pela guerra da Rússia com a Ucrânia.
No entanto, a maior parte das reservas de potássio, matéria-prima desses insumos, não está em terras indígenas da Amazônia. Além disso, a transformação do componente químico explorado em produto agrícola é um processo lento – sem capacidade, portanto, de suprir as necessidades imediatas trazidas pela guerra.
Bolsonaro ainda mostrou confiança na aprovação do PL da regularização fundiária, hoje travado no Senado, mas evidenciou sua descrença nos trâmites da reforma administrativa. “Espero que consiga (aprovar), mas é muito difícil”, declarou o chefe do Executivo na entrevista sobre a reforma que mexe com regras do funcionalismo público.
ae