O deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) participou na Câmara de Vereadores de Campo Grande da audiência pública que debateu a educação especial. Na oportunidade, pais, professores e membros da sociedade organizada puderam expor a realidade na qual os estudantes estão sujeitos no município. Para o parlamentar federal, o ensino inclusivo deve ser priorizado e necessita de planejamento por parte dos gestores públicos.
Com o tema “Educação especial: onde estamos e para onde devemos avançar?”, o ensino inclusivo foi debatido de maneira ampla pelos presentes na Casa de Leis. Entre os principais questionamentos, a falta de assistência educacional às crianças do ensino básico que precisam de um apoio pedagógico especializado foi uma das principais queixas.
Segundo relatos dos presentes, a educação especial em Campo Grande, que chegou a ser referência no Brasil, nos últimos anos acabou sendo negligenciada e atualmente padece com a omissão do poder público e ausência de medidas para remediar a situação.
Desde o início do ano letivo, pais e responsáveis cobram a gestão de Campo Grande sobre a baixa demanda de profissionais para atender os 3.500 alunos com laudos estudando na rede de ensino do município. Com isso, os professores ficam sobrecarregados, prejudicando a formação e o desenvolvimento socioeducacional dos estudantes especiais.
Presente na audiência pública, dona Juliana Zapata relatou a respeito da situação de sua filha que está sendo privada de ir à escola desde o dia 28 de abril por não ter um assistente educacional inclusivo para acompanhá-la durante as aulas. “Onde é que vamos parar se a educação não está sendo inclusiva?”, questiona a mãe de aluna com autismo.
Para Beto, as situações expostas pelos familiares é o retrato da ausência de um planejamento público para atender os alunos. “Todos nós sabemos que o planejamento é fundamental em tudo, ainda mais quando falamos da gestão pública. A gente não está falando apenas do planejamento individual, a gente tá falando de pessoas e de gente que sofre quando não existe planejamento da nossa parte”, diz Beto. Ele ainda concluiu. “Não se pode fazer economia quando tratamos de um direito como a educação. A educação especial é uma prioridade para quem precisa”.
Beto estendeu a todos que estavam na mesa da audiência pública um convite para conhecer o primeiro Centro de Referência ao Tratamento da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista do estado de São Paulo, em São Bernardo do Campo.
Audiência Pública
O parlamentar federal participou da audiência a convite da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Câmara, presidida pelo vereador Professor Juari, que contou também com os vereadores Ronilço Guerreiro, Luiza Ribeiro, Professor Riverton e Valdir Gomes; Naína Dibo, da Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista; do presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Kunzler; de representante da secretaria de Educação do Estado; do secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt; do promotor de Direitos Humanos, Paulo Zeni, e de outros membros da sociedade.
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