Em acordo politico, André exige filha de vice e indicação de filho para o TCE-MS

O ex-governador André Puccinelli (MDB) impõe exigências para garantir o futuro dos filhos em troca do apoio do seu partido ao PSDB. A advogada Denise Puccinelli seria indicada como candidata a vice-prefeita da Capital na chapa de Beto Pereira (PSDB). Já o outro herdeiro, o advogado André Puccinelli Júnior, seria indicado para a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado.

As supostas exigências do emedebista, que teriam causado a fúria de alguns caciques tucanos, foram publicadas nesta segunda-feira (15) pelo Campo Grande News e pelo Investiga MS. O avanço do acordo poderá comprometer os sonhos de outros tucanos graduados, como o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, que cogita encerrar a carreira política na corte fiscal.

Deputado estadual, deputado federal, prefeito da Capital e governador por dois mandatos, Puccinelli perdeu o fôlego político na eleição do ano passado, quando ficou fora do segundo turno e em 3º lugar.

O emedebista não teve sorte nem na escolha do segundo turno, quanto optou pelo candidato de oposição, Capitão Contar (PRTB), que perdeu a disputa para Eduardo Riedel (PSDB).

Puccinelli lidera as pesquisas para a sucessão da prefeita Adriane Lopes (Patri). Contudo, ele é o candidato com o maior índice de rejeição e corre o risco de repetir as eleições de 2022, quando liderou todas as pesquisas e naufragou com a abertura das urnas.

O ex-governador estaria disposto a aproveitar o prestígio para eleger a filha, Denise Puccinelli, como vice-prefeita na chapa do PSDB. Ela nunca disputou um cargo eletivo. O PSDB vem trabalhando para chegar à prefeitura da Capital pela primeira vez com Beto Pereira.

A outra exigência de André é colocar o filho na vaga do atual presidente do TCE, Jerson Domingos. O conselheiro completa 75 anos em novembro de 2025. A sua vaga é pleiteada por Corrêa e pelo ex-presidente regional do PSDB, Sérgio de Paula.

André e o filho foram alvo da Operação Lama Asfáltica e chegaram a ficar presos por cinco meses em 2018. O emedebista considerou a detenção injusta e acusa o Poder Judiciário de perseguição política. A declaração de suspeição do juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região corroborou com a tese de vítima do emedebista.

Nas negociações, o emedebista ainda queria emplacar o ex-senador Waldemir Moka, que não conseguiu se eleger deputado federal no ano passado, no cargo de presidente regional do MDB. Os tucanos preferiam Márcio Fernandes. A tendência é que Junior Mochi continua no comando do partido.

A outra exigência era a nomeação de um deputado – Mochi, Fernandes ou Renato Câmara – para cargo no Governo para a suplente de deputado estadual, Diogo Bossay (MDB). O objetivo era repetir o modelo que contemplou Paulo Duarte na gestão anterior, quando Eduardo Rocha foi nomeado para a secretário de Governo.

O ex-governador foi procurado para falar sobre as especulações, mas não se manifestou.

No entanto, a aliança entre o MDB e o PSDB avançou, conforme entrevistas de André e Reinaldo Azambuja após o almoço no apartamento da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

 

 

 

cgnews

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