Ex-senador Blairo Maggi recebeu R$ 40 mil da Camargo Corrêa na campanha de 2006

O nome do governador Blairo Maggi (PR) e de outras figuras políticas de Mato Grosso aparecem na lista de beneficiados com ajuda financeira da construtora Camargo Corrêa, alvo da operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal, na quarta-feira (25), para investigar crimes financeiros, na campanha eleitoral de 2006.

Blairo Maggi recebeu R$ 40 mil, no dia 26 de setembro de 2006, de doação da construtora, conforme lista divulgada pela própria PF. Além dele, foram beneficiadas as seguintes pessoas: o senador Jayme Campos (DEM), no dia 27 de setembro de 2006, com R$ 25 mil; a ex-deputada federal Celcita Pinheiro (DEM) – esposa do senador Jonas Pinheiro, já falecido -, que recebeu R$ 25 mil no dia 26/09; deputado federal reeleito Homero Pereira (PR), com R$ 20 mil, no dia 26/09; os candidatos não eleitos Celso Teixeira “Dentinho” (PP), no dia 27/09; Rodrigues Palma (PPS), no dia 27/09, e Ricardo Correa (PSDB), no dia 29/09, com R$ 15 mil cada.

No total, a Camargo Corrêa distribuiu para 110 candidatos R$ 6.898.500,00. Na lista dos agraciados estão os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG), e da Bahia, Wagner (PT-BA), além da senadora Roseana Sarney (DEM-MA) e o atual secretário do Trabalho no Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (DEM-SP). A exceção de Wagner, que naquele ano recebeu R$ 200 mil da construtora, os demais citados receberam, individualmente, o valor de R$ 300 mil.

Em escala decrescente, já com R$ 200 mil, foram beneficiados Aloizio Mercadante (PT), Aldo Rebelo (PCdoB) e Orestes Quércia (PMDB).

Na prestação de contas do PSDB, por exemplo, a construtora aparece como a doadora mais generosa, com R$ 3,9 milhões repassados ao partido. Para o PT, a contribuição foi um pouco menor, R$ 2 milhões, além de R$ 1,5 milhão aos Democratas (ex-PFL).

Operação Castelo de Areia

Os principais crimes investigados pela Polícia Federal, na deflagração da Operação Castelo de Areia, envolvem evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, fraude a licitações, dentre outros.

Segundo a Polícia Federal, uma quadrilha, infiltrada na construtora, movimentava dinheiro sem origem lícita, aparentemente, por meio de empresas de fachada e operações conhecidas como dólar-cabo – sem registro no Banco Central, por meio de depósito em conta brasileira de doleiros que possuem contas no exterior para transferência ao destino final do dinheiro.

O objetivo da PF era prender funcionários da construtora, além do articulador do esquema criminoso e dos doleiros identificados. No total, foram expedidos 10 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão. Somadas, as sentenças por esses crimes podem chegar a 27 anos de prisão.

Em nota, a construtora Camargo Corrêa se diz perplexa com a operação e que confia nos funcionários detidos, embora ainda não tenha acesso às informações da PF.

“A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento, a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação”, apontou a empresa.

Outro lado

O secretário de Comunicação Social do Estado, José Carlos Dias, se prontificou a dar esclarecimentos assim que conseguir se inteirar a respeito do assunto. Mas, disse estranhar o fato de que, como doação de campanha, esse recurso (R$ 40 mil) tenha sido feito em nome do candidato Blairo Borges Maggi, e não em nome do partido (PPS à época) ou da coligação.

 

 

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