Após meses de negociação, PT e PSB se reuniram neste sábado, 9, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, para celebrar a união entre as siglas. Os acordos amarrados pelo PT resultaram em um palco histórico que juntou no mesmo local o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu pré-candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (que governou São Paulo em dois momentos pelo PSDB e agora é filiado ao PSB), o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).
No ato, as lideranças históricas do Estado, que em muitas vezes já se antagonizaram, se reuniram para comemorar a união das legendas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. O público também pareceu ignorar os desentendimentos históricos, aplaudindo todos os personagens que subiram ao palco.
O evento deveria oficializar a pré-candidatura de Márcio França (PSB) ao Senado. No entanto, como mostrou a coluna do Jogo Político, os partidos decidiram adiantar o anúncio para ofuscar a aliança entre o PSD de Gilberto Kassab, e o pré-candidato do Planalto, Tarcisio de Freitas (Republicanos).
A decisão de França resolve meses de impasse entre as siglas, já que dessa forma Haddad (PT) será o nome apoiado pelos partidos para o Executivo estadual, restando apenas escolher quem será o vice de Haddad.
Crítica ao Orçamento Secreto
O ex-presidente Lula da Silva (PT) voltou a criticar Orçamento Secreto, esquema revelado pelo Estadão de compra de apoio legislativo por parte do Executivo. De acordo com o ex-presidente, essa é “a maior bandidagem feita em 200 anos de república”.
Lula também reclamou da ingerência do Executivo em cima do Orçamento. Para o petista, que pontuou a importância de se eleger um Congresso favorável ao seu projeto, será necessário sentar com o legislativo para “colocar ordem na casa” e para que cada Poder fique responsável pela sua própria tarefa.
Na sua crítica à atual conjuntura dos Poderes, Lula afirmou que quem administra o Orçamento é o governo, e não o Congresso.
Apoio de Boulos
Pré-candidato à Câmara dos Deputados, Guilherme Boulos (PSOL-SP) discursou nesta manhã ao lado do ex-presidente, destacando a necessidade de alianças para derrotar Bolsonaro, a quem chamou de “pior presidente da história desse País”. Boulos chegou a ser pré-candidato ao Executivo estadual pelo PSOL, mas firmou uma aliança com o PT para desistir da disputa. A promessa petista foi de apoio ao líder nas eleições de 2024 para a prefeitura de São Paulo.
Em sua fala, o pré-candidato destacou a importância de acabar “com 30 anos de governos tucanos”, e tirar o bolsonarismo do Estado. Boulos, também frisou a necessidade de se eleger “a maior bancada de esquerda desse País no Congresso Nacional” para derrotar a “turma do orçamento secreto”.
O evento conta com a presença dos partidos que compõem o movimento Vamos Juntos pelo Brasil (PT, PCdoB, PV, PSOL, PSB, Solidariedade e Rede). Além do pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB).
O ato acontece ao mesmo tempo em que, para fortalecer a pré-candidatura palaciana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de eventos em São Paulo ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Cientes de que o apadrinhamento beneficia seus pré-candidatos, Lula e Bolsonaro têm intensificado a agenda com os postulantes ao Executivo estadual.
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