Em conversa com o R7, o presidente Michel Temer confirmou que estará em Brasília nesta quarta-feira para diálogo com as bancadas do MDB na Câmara e no Senado e para lançamento do manifesto Todos por um só Brasil. O texto é uma espécie de reedição do documento Ponte para o Futuro, com diretrizes políticas e econômicas, que foi mal recebido pelo PT e por representantes do governo Dilma Rousseff, de quem Temer era vice.
A passagem do ex-presidente por Brasília faz parte de uma agenda mais ampla que inclui conversas em prol da estabilização do cenário político. Muito próximo ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, o qual indicou para a Corte, Temer nega que vá manter um encontro pessoal com o magistrado. “O que tem havido é falta de diálogo”, afirma o líder emedebista, ao ressaltar que Moraes não é avesso às conversas, mas tem reagido judicialmente, justamente pela falta de interlocução.
Temer, que é eventualmente consultado por Bolsonaro, relata que o presidente não acatou a maior parte de suas sugestões. “Se eu pudesse dar hoje um único conselho ao presidente, eu diria a ele que faça um pronunciamento em rede nacional e declare que deseja a paz no Brasil e que tem apreço pelo estado democrático de direito”, afirma.
O emedebista confirma que ex-presidentes da República fizeram consultas indiretas a setores militares para verificar o estado de ânimo das tropas quanto a uma possível ruptura institucional. Temer esclarece que esta interlocução não foi direta e sim intermediada, entre outros, por seu ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann. “Não vejo a menor possibilidade de golpe ou qualquer ruptura deste tipo. A consulta confirmou esta minha impressão”, declarou.
Após o lançamento do manifesto na manhã desta quarta, seguido de entrevista coletiva a jornalistas, Michel Temer deve almoçar com o governador do Distrito Federal, Ibanez Rocha (MDB/DF).
Segue abaixo trecho do manifesto:
“Ciente de sua missão institucional, a Fundação apresenta ao MDB reflexões e proposições baseadas em sua trajetória política e, sobretudo, coerentes com as ações desempenhadas durante a gestão do partido à frente do Poder Executivo. O documento, dividido em três partes, apresenta contribuições considerando a importância de um posicionamento equilibrado e centrado, capaz de unir a “Terceira Via para o Brasil”.
Além disso, resgata as conquistas e a relevância da credibilidade institucional, que são essenciais para a condução do País, e que sempre estiveram presentes nos governos do MDB, quando foi comprovada a capacidade de priorização do princípio democrático. Portanto, é um texto que oferece ao País uma proposta preliminar, construída por brasileiros que pensam o Brasil. Com R7.