O ministro Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou ao site Metrópoles que não vai à cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o ministro, ele também fará oposição durante todo o mandato do petista.
“Vou ficar os quatro anos na oposição. E quero ser um dos coordenadores da volta do Bolsonaro à Presidência. O PP vai apoiá-lo em 2026”, disse Nogueira, que se licenciou do cargo de presidente do PP e de seu mandato como senador para comandar a Casa Civil.
Tido como um dos integrantes do atual governo mais próximos de Bolsonaro, foi o ministro quem se manifestou sobre o início dos trabalhos de transição após um pronunciamento do presidente no dia 1º de novembro, mais de 44 horas após o anúncio oficial da vitória de Lula no segundo turno das eleições presidenciais.
Na ocasião, Nogueira disse ter a “autorização” de Bolsonaro para fazer o comunicado e se referiu ao petista como “presidente”.
Durante o governo Bolsonaro, o ministro da Casa Civil foi responsável por consolidar ainda mais a aliança do presidente com o Centrão – grupo de partidos de centro e centro-direita que tende a apoiar governos de diferentes ideologias, em busca de espaço na máquina pública e recursos para suas bases eleitorais.
Nogueira já foi deputado federal por quatro pleitos seguidos e está licenciado do cargo de presidente nacional do Progressistas, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), antiga legenda de Bolsonaro em seus anos de deputado federal.
O ministro apoiou todos os governos desde que chegou à Brasília pela primeira vez, como deputado federal do PFL, em 1995. Esteve na base de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Apoio ao PT
Em entrevista de 2017 resgatada recentemente por parlamentares da oposição, Nogueira afirma que o ex-presidente Lula (PT) foi “o melhor presidente da história desse país” e que não se via “votando contra o Lula” em uma eleição.
Já em 2018, Nogueira declarou apoio ao candidato petista Fernando Haddad na disputa contra Bolsonaro.
Também apoiador de Dilma Rousseff (PT), Ciro Nogueira votou pelo impeachment da ex-presidente.
Ao justificar a mudança de posição na época, o senador disse ter tentado chegar a uma solução que preservasse a estabilidade do governo Dilma, mas que isso foi “inútil” diante da expressiva votação pela abertura do processo na Câmara.
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