Apesar de, por enquanto, não haver nenhuma mudança no quadro do secretariado, o governo de Eduardo Riedel (PSDB) terá uma guinada em sua articulação política a partir desta segunda quinzena de maio.
O secretário executivo do governo no Distrito Federal, mas que também mantém escritório em Campo Grande, Sérgio de Paula, passa a ser o homem forte da articulação política na administração. Fora dela, quem passa a dar as cartas na preparação do partido para a campanha de 2024 é o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Nesta nova composição, perde influência na administração estadual, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Pedro Caravina.
Eduardo Rocha continua na secretaria da Casa Civil, atuando na ponte entre a governadoria e a Assembleia Legislativa, casa onde esteve por oito anos, e também com o governo federal, afinal, é marido da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Rocha mantém sua força no governo.
Reunião de cúpula
A guinada política da administração de Eduardo Riedel foi definida em reunião que começou no início da tarde desta segunda-feira (15) e estendeu-se até o período norturno.
Na ocasião, Riedel, ao lado de seu antecessor e presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, comunicou que o projeto do partido para 2026 (em que ele provavelmente deve tentar a reeleição) passa por uma boa atuação do partido em 2024 e que, por isso, de agora até o próximo ano, Azambuja e De Paula assumem a articulação política com prefeitos e vereadores do interior.
A nova articulação política desagradou Pedro Caravina, que pretendia continuar responsável pela articulação com municípios onde exerce influência e tem aliados diretos, como em Bataguassu, onde foi prefeito, além de cidades como Selvíria e Inocência.
Azambuja e De Paula teriam sido enfáticos com Caravina: não haverá divisão na estratégia, e caso o atual secretário de Governo não concorde com a mudança, existe a possibilidade de ele voltar a exercer o seu mandato de deputado estadual pelo partido.
TCE e MDB
A reunião da cúpula da articulação política do governo Riedel ainda tratou da aliança com o MDB e também de futuras indicações para vagas no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.
Atualmente, três conselheiros: Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por crimes de colarinho branco. Os dois primeiros são acusados de fraude em licitação e peculato (desvio de dinheiro público) e Chadid, de corrupção e lavagem de dinheiro.
Sérgio de Paula, que vai assumir a articulação com os prefeitos, é o favorito para ocupar uma das vagas caso um dos três conselheiros denunciados venha a se aposentar.
O assunto, porém, não é tratado com pressa, pois o entendimento é de que o andamento natural do processo contra os três conselheiros no Superior Tribunal de Justiça (STJ) forçará uma definição sobre as vagas nos próximos meses.
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