O ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, falou durante encontro do partido, sobre possíveis composições do partido em relação à disputa pela cadeira hoje ocupada por Reinaldo Azambuja. Em entrevista à Rádio CBN, Zeca disse o partido fez uma excelente escolha em ter a pré-candidatura da advogada Giselle Marques para governadora, mas a legenda pode seguir por outro caminho de acordo com acordos nacionais para as eleições de outubro, mas esses não passariam pelos nomes de Eduardo Riedel (PSDB) e Rose Modesto (União Brasil), segundo ele, “fechados com o bolsonarismo”.
Agora pré-candidato à uma vaga na Assembleia Legislativa, Zeca disse que a escolha do partido por Giselle Marque foi inteligente. “Ela é uma belíssima figura, mulher preparada, militante de causas populares”, disse. O problema é que o diretório nacional do PT quer um candidato com mais musculatura política, fortalecendo assim também a campanha de Lula no Estado. Daí, mesmo com a continuidade da pré-candidatura própria, o partido negocia com outros nomes.
Segundo Zeca, o PT abrir mão da candidatura e apoiar Marquinhos Trad (PSD) ou André Puccinelli (MDB), com chance maior para o primeiro, já que um dos interlocutores dessa negociação é Fabio Trad, deputado federal pelo PSD e irmão de Marquinhos, apontado por Zeca como “figura extraordinariamente grande”.
Neste caso, o PT poderia sair da disputa majoritária. “Nós queremos fazer, onde for possível, palanque cada vez mais forte para campanha do presidente Lula e isso implica em conversações que são feitas à luz do dia e possibilidade de aliança. Se o presidente Lula trabalha com possibilidade de aliança com o PSD no primeiro turno, evidentemente que nós temos que ser generosos, não podemos ter a petulância de achar que somos donos de tudo”, afirmou o líder partidário, durante o encontro.
Se acontecer uma aliança com o MDB, o ex-governador afirmou que não teria nenhum problema, mas que, neste caso, não subiria no palanque de André Puccinelli, um adversário de algumas disputas, como pela prefeitura de Campo Grande, em 1996.
Riedel e Rose, não
Nesta linha, Zeca do PT descartou qualquer possibilidade de o Partido dos Trabalhadores apoiar os nomes de Eduardo Riedel ou Rose Modesto. O cacique petista afirmou gostar muito do pré-candidato tucano e elogiou o trabalho do governador Reinaldo Azambuja em seus dois mandatos, mas que a escolha do grupo em querer colocar em Bolsonaro teria sido “um equívoco”.
“Quem quiser aliança com o PT tem que assumir a candidatura do presidente Lula, ponto final. Como o Riedel já assumiu Bolsonaro, o que eu acho um equívoco, e gosto muito do Riedel. Como a Rose praticamente assumiu Bolsonaro, resta na possibilidade das conversações, que não são minhas, são da direção estadual, orientada pela direção nacional, a possibilidade de conversar com Marquinhos e com André Puccinelli que me parece está pedindo uma audiência para a direção nacional do PT”, disse Zeca.
cg1