Um inimigo que parecia vencido volta a assombrar o Brasil. Um menino, de 3 anos, que reside no município de Santo Antônio do Tauá, em Belém, testou positivo para a doença, que era considerada erradicada no Brasil desde 1989. Este é o primeiro registro de paralisia infantil em 33 anos. O caso foi confirmado pela Secretaria de Saúde Pública do Pará, na última terça-feira (4).
Segundo informações do documento de Comunicação de Risco emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/SESPA), a criança com paralisia testou positivo para poliovírus (SABIN LIKE 3). Foi utilizada a metodologia de isolamento viral em fezes para o diagnóstico da criança.
Os primeiros sintomas, que incluem febre, dores musculares, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA), surgiram no dia 21 de agosto. Depois ele perdeu a força nos membros inferiores e não conseguiu mais ficar em pé. A coleta das fezes foi feita no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas. O laudo com resultado positivo para a doença foi emitido no último dia 4 de outubro.
Diante do caso, especialistas apontam a baixa cobertura vacinal como a principal causa para o reaparecimento do vírus. “Historicamente mais de 95% das crianças eram vacinadas contra a polio. Esse ano a campanha vacinou apenas 50%. Uma tragédia”, disse Thomas Conti, cientista de dados e divulgador científico através do Twitter.
Uma gotinha que salva
Completamente indolor, apenas uma gota salva crianças da temida paralisia infantil. Mesmo com a Campanha de Vacinação encerrada no dia 30 de setembro, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as doses continuam disponíveis nas unidades de saúde da Capital.
Durante a semana são 73 unidades abertas durante todos os dias, para a aplicação do imunizante. Já aos sábados e feriados, as unidades referenciadas contam com escala de plantão.
ae