Em documento enviado à CPI instaurada pelo Congresso Nacional, o Ministério da Saúde admitiu a ineficácia dos medicamentos do chamado ‘kit covid’, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e apoiadores. As informações são do site Congresso em Foco.
“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz documento.
As notas técnicas foram entregues à comissão por um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE).
Os remédios estavam sendo usados para o combate à doença e também como suposto tratamento precoce. O Ministério da Saúde chegou a indicá-los através do aplicativo TrateCov, em Manaus (AM), em janeiro, no auge da crise de oxigênio no estado. A plataforma saiu do ar após a pasta alegar invasão hacker.
Remédios gratuitos em MS
Em Mato Grosso do Sul, empresários se mobilizaram para distribuir os medicamentos gratuitamente para a população em Rio Verde e Coxim, mesmo após os laboratórios reconhecerem a falta de eficácia contra o novo coronavírus e contrariando as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em Campo Grande, um advogado até ingressou com ação judicial para obrigar a prefeitura a entregar o remédio pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mesmo sem indicação médica, mas foi barrado pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A CPI da Covid, em tramitação no Congresso, apura se a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde influenciou o atraso na compra das vacinas, o favorecimento de laboratórios e a compra de medicamentos do “kit covid” sem eficácia para o tratamento da doença.
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