A jornalista Camila Fiorini, de 26 anos, moradora de Belo Horizonte,é uma das 25 pessoas no mundo que estão infectadas pela nova variante Deltacron, que tem características das cepas Delta e Ômicron.
A Deltacron foi descoberta por um pesquisador do Chipre, na região leste do Mediterrâneo, e recebeu esse nome devido às semelhanças genéticas entre os dois tipos de vírus causadores da Covid-19.
Após férias de mais de 15 dias na Europa, Camila testou positivo para a Covid-19 quando fez o exame para voltar ao Brasil. “Diferente do resultado que normalmente a gente recebe no Brasil, o PCR daqui já vem com o nível da sua carga viral, que é o nível que você está de contaminação, e a cepa. E era isso que estava escrito, que era uma mistura da Ômicron com a cepa do Reino Unido, que é a Delta”, conta a jornalista.
A passagem de volta precisou ser reagendada. Durante a quarentena, Camila, que já havia tomado duas doses da vacina, sentiu febre, tosse e dor de garganta. No entanto, a mistura das duas cepas fez com que a mineira tivesse mais sintomas.
“Uma das maiores características de que eu não estou só com a Ômicron é que ela normalmente não causa perda de olfato e paladar, foi o que o médico falou comigo. E eu tive [ausência de olfato e paladar] por conta da mistura com a Delta”, explica a mineira.
Como a variante ainda é nova, não existem estudos sobre o potencial dela, segundo o infectologista Estevão Urbano. De acordo com o especialista, não se sabe se ela pode ganhar espaço e se tornar prevalente.
No momento, a cepa com maior número de casos em Belo Horizonte é a Ômicron. Conforme dados divulgados pelo especialista, 100% dos testes feitos na capital nos últimos dias eram da dessa variante.
“Ela tem altíssima capacidade de multiplicação e transmissão. Então, ela vai tomando espaço e ‘empurrando’ as outras. Hoje ela é disparadamente, no mundo inteiro, a cepa dominante”, afirma.
r7