Santa Casa de Campo Grande é acusada de esconder leitos e forjar lotação

A denúncia de que a Santa Casa de Campo Grande estaria com leitos lotados e que por isso alguns pacientes estavam sendo mantidos no corredor do setor de ortopedia está sendo contestada. Isso porque a instituição está sendo acusada de ‘esconder’ leitos e colocar pacientes no corredor para forjar lotação.

Conforme relato de um paciente, ele teria ouvido de um profissional que o encaminhava para o corredor que tal medida estaria sendo tomada para o hospital ‘forjar lotação’.

Segundo o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de MS), foi feita uma vistoria nesta quinta-feira (18) e foi constatado que vários pacientes estavam sendo transferidos para os corredores de alas diversas, mesmo com leitos vazios, como demonstrado em uma das fotos.

Em nota, o hospital esclareceu que as macas são destinadas para pacientes específicos, como aqueles estão em cirurgias e precisaram para os pós cirúrgicos, grandes queimados, transplantes, leitos infantis, cirurgias eletivas e outros.

“A Santa Casa de Campo Grande reitera que a situação de superlotação acontece de forma recorrente no hospital por conta da quantidade de pacientes encaminhados ao hospital. Neste momento, estamos com elevado número de pacientes no setor de Pronto-socorro e os que aguardam cirurgia no setor de traumato-ortopedia, ambas as situações decorrentes principalmente do desrespeito das regras de encaminhamento ao hospital, além das ocorrências primárias, como acidentes de trânsitos e domésticos.
O número de pacientes que dão entrada no Pronto-socorro buscando atendimento de forma simultânea é maior que a capacidade física e técnica do local, de forma que a assistência fica prejudicada. Assim, com objetivo de diminuir riscos assistências, a Santa Casa é participante do Projeto Lean nas emergências, do Ministério da Saúde que visa reduzir os efeitos da superlotação nas urgências e emergências, no qual a Instituição participou das capacitações, e que prevê que os pacientes sejam realocados nas enfermeiras, e mesmo nos corredores quando não houver leitos, com toda assistência fornecida aos demais pacientes.
Sobre os leitos vagos questionados, os mesmos não podem ser utilizados por esses pacientes, pois já tem destinação especificas, e são reservados aos pacientes que estão em cirurgias e precisaram para os pós cirúrgicos, grandes queimados, transplantes, leitos infantis, cirurgias eletivas e outros.
O hospital lamenta tal situação e reafirma que, mesmo com todas as dificuldades, busca atender todos de forma mais humana e ágil possível”.

Sobre a denúncia,  a direção da Santa Casa ainda não se manifestou oficialmente, porém, sobre a suposta superlotação, o hospital disse que situação de superlotação de pacientes acontece de forma recorrente no hospital por conta da quantidade de pessoas que chegam ao pronto-socorro do interior do estado,  buscando atendimento, que é maior que a capacidade física do local, o que acaba ocasionando a realocação nos corredores, conforme o grau de atendimento, seguindo padrões internacional e nacional de urgência médica.

“Essa condição é informada aos órgãos de regulação responsáveis, porém, os mesmos continuam encaminhando os pacientes para atendimento no hospital. A Santa Casa lamenta a situação e reafirma que, mesmo com todas as dificuldades, busca atender todos de forma mais humana e ágil possível”.

Denúncia de superlotação

Conforme denúncia, teriam nove pacientes no corredor do hospital, mesmo tendo vagas em leitos no sétimo andar. “As altas ocorreram, liberaram mais leitos e os pacientes ainda permanecem no corredor”, diz leitor.

Segundo o leitor, as macas com os pacientes foram encaminhadas para o corredor na manhã desta quinta-feira (18). “Mesmo tendo condições de acomodar pacientes no leito, diretor técnico do hospital autoriza tais ações”, critica denunciante.

Inquérito para apurar falta de leito

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito civil para apurar a falta de habilitação de leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cardiovascular na Santa Casa de Campo Grande. O edital foi publicado na edição desta terça-feira (16) do Diário Oficial do órgão.

Em abril, a direção do hospital enviou ofício à 32ª Promotoria de Justiça informando que havia aberto cinco leitos para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e dependia da habilitação, ou seja, o repasse de recursos públicos para manter as vagas.

Em reunião com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Santa Casa e Promotoria de Saúde Pública, o hospital pediu R$ 1,5 mil por leito para a habilitação. A Sesau informou não ter recursos.

Em tratativas com a SES, a prefeitura garantiu compromisso do Governo do Estado de custear metade do valor, enquanto o município daria o restante. Porém, a Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento) manteve o parecer de que não havia caixa para tal fim.

No geral, é preocupante a situação da entidade, com desinformações e situações que leva a população a uma insegurança social.

 

 

mdx

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