A retomada das obras da indústria de fertilizantes UFN3 poderá ser adiada, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, devido a empresa ter sido adquirida pelo russo Acron. O conflito está gerando embargos econômicos a Rússia, o que pode inviabilizar o investimento do grupo em na fábrica, que fica localizada em Três Lagoas, na região leste de Mato Grosso do Sul.
A confirmação da venda ocorreu no último dia 4 de fevereiro, pela ministra da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina. Também participou da articulação, junto aos representantes do Acron, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
A relação econômica entre Brasil e Rússia pode ser afetada, pois a Europa, bem como os Estados Unidos estão emitindo embargos econômicos ao país do Leste Europeu. Essa situação pode agravar ainda mais a economia do Brasil, que já vem sendo afetada pela pandemia da Covid-19.
Segundo Jaime Verruck, o país importa mais da Rússia do que exportamos para ela. No entanto, a logística para escoamento dos produtos brasileiros, principalmente aqueles do agronegócio – o grande rotor da economia sul-mato-grossense – poderá ser afetada.
No entanto, uma das principais preocupações gira em torno da UFN3, que poderá ter seus investimentos atrasados. Além da retomada das obras gerarem empregos em Três Lagoas, a fábrica seria um grande passo para o país deixar de ser dependente, principalmente da Rússia, quando se trata de fertilizantes, tão importante para o bom desenvolvimento do agronegócio brasileiro.
“Eu entendo que existe sim um uma preocupação, as negociações continuam e avaliam no retardamento desse processo de consolidação da contratualização e acredito que a questão das sanções econômicas que estão sendo apresentadas, criam uma situação preocupante em relação ao desfecho da UNF3 agravando ainda mais a situação de fertilizantes no Brasil”, finalizou Verruck.
Venda
Grupo russo Acron fechou a negociação de compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras em Três Lagoas. O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na manhã desta sexta-feira (4) durante o lançamento de pacotes de obras de R$ 70 milhões para macrodrenagem e pavimentação na cidade do Bolsão.
Entenda
A UFN3 teve a obra paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões. A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia.
Agora, novamente o grupo finaliza a negociação deste importante ativo estratégico para o desenvolvimento do Estado.
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