O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reforçou o combate aos incêndios que já duram 13 dias na Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O fogo já destruiu cerca de 15 mil hectares, área equivalente a 15 mil campos de futebol, segundo dados do Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
Mais dez brigadistas foram enviados para ajudar no combate ao fogo, somando-se a outras equipes já em atuação. Na região da Acurizal, trabalham 10 brigadistas do Ibama e 10 do IHP.
A partir de sexta-feira (10), mais dez brigadistas devem atuar na Bolívia, em uma faixa entre a Baía Gaíva e a Baía Mandioré. A região é de difícil acesso e também registra focos ativos de incêndio.
Dois aviões da Defesa Civil começaram na quarta-feira (8) a lançar água sobre os focos de incêndio. Um helicóptero de apoio foi enviado nesta quinta-feira (9) para Campo Grande, onde passará por manutenção. As aeronaves usadas no combate têm capacidade para lançar até dois mil litros de água por voo.
Segundo o Instituto Homem Pantaneiro, o incêndio já destruiu mais de 15 mil hectares. A ONG ECOA também atua na região, em parceria com as brigadas do Ibama no combate direto ao fogo. Conforme o IHP, o incêndio foi causado pela queda de um raio na região e começou no pico de um morro com mais de 800 metros de altura.
Patrimônio da humanidade
A Serra do Amolar é considerada Patrimônio Natural da Humanidade e se destaca, sobretudo, por ser corredor natural para onças-pintadas, além de possuir espécies de flora intocadas.
O terreno e as paisagens da grande formação rochosa se diferem do restante do bioma pantaneiro, e tem 80 km de extensão, possuindo morros que chegam a ter quase 1 mil metros de altitude. O território possui áreas com características de Mata Atlântica, do Pantanal e de Amazônia, o que resulta em uma rica biodiversidade.
A Serra do Amolar fica em Corumbá (MS) e só pode ser acessada por barco, pelo rio Paraguai, ou por via aérea.
O incêndio ameaça milhares de espécies que vivem na região. São cerca de 3,5 mil tipos de plantas, 325 espécies de peixes, 53 de anfíbios, 98 de répteis, 656 de aves e 159 de mamíferos. Além da biodiversidade, a região tem importância significativa para o ciclo de cheia no Pantanal.
Fonte: G1 MS