O sul-mato-grossense, assim como o restante do país, vem tentando driblar a inflação e alta dos preços usando muito de criatividade e educação financeira para conseguir fechar a conta do mês. E um desses “dribles” é a instalação de placas fotovoltaicas, popularmente chamadas de “placas solares”, para conseguir pagar mais barato pela energia elétrica consumida em casa ou na empresa.
Conforme dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), são 26.678 miniusinas distribuídas em todo o Estado do MS. Os números do setor mostram um crescimento de 25% na quantidade de sistemas de geração de energia elétrica com painéis solares: eram 21.309 unidades no final de 2021 e em março, fechou o mês com 26.678 unidades, com potencial de 270.990KWp de geração de energia, ainda segundo a agência.
Arildo Benites, empresário e associado da Sicredi Campo Grande (ag. Ceará) há 3 anos, diz que viu no financiamento de placas solares uma oportunidade para diminuir a conta de luz na sua casa e na sua empresa, buscou um bom financiamento. “Estimo uma economia de até 90% na conta de luz e o investimento nas placas, em 4 anos estará se pagando. É um investimento à médio prazo, mas a contar com os aumentos na conta de luz, vale muito a pena.” Arildo conseguiu “fugir” do último aumento de 18,16% na conta de energia, homologado pela Aneel em abril, tornando o Mato Grosso do Sul o terceiro estado com a tarifa mais cara do país.
A energia solar fotovoltaica é uma alternativa sustentável econômica e ambientalmente, ajuda a reduzir essa despesa mensal obrigatória, que gera energia a partir dos raios solares. A Cooperativa Sicredi Campo Grande registrou um aumento expressivo na contratação de financiamento, no ano passado. Segundo a Cooperativa, em 2021 foram R$15,5 milhões de crédito concedido.
Segundo o Diretor Executivo da Sicredi Campo Grande, Marco Túlio Garcia, o aumento mostra o quanto este tipo de geração de energia vale a pena. “Quem faz as contas, vê que tem muita vantagem a contratação do financiamento para a compra de placas solares e nossos associados contam com taxas pra lá de atrativas, ainda tem o ganho social em contribuir com uma cooperativa de crédito, que traz benefício para a comunidade local”, afirma.
E para estimular o consumo e o crédito sustentável, a Sicredi Campo Grande vai realizar em todas as suas agências – de Campo Grande e do interior –, de 30 de maio a 3 de junho, ação de incentivo ao financiamento de placas solares. “Serão taxas especiais para que o associado Sicredi Campo Grande possa contratar o produto e poder contar com economia na sua conta de luz, contribuindo também para a geração de energia mais limpa e sustentável.
Consumidor que pretende instalar energia solar em residência ou empresa tem 8 meses para contratá-la sem “taxação extra”
E para quem está pensando em deixar para depois a compra de placas solares, uma informação pode fazer mudar os planos. Isso porque o Marco Legal da Geração Distribuída prevê taxação acima de 25% para as “sobras” de energia. É isso mesmo, a nova legislação determina que a energia fotovoltaica não utilizada no momento e armazenada na concessionária será taxada em 25,58%, em Mato Grosso do Sul.
Além da mudança da legislação, a energia de fontes poluentes ficará cada vez mais cara e causando danos ao meio ambiente. Sem contar que a autonomia na geração de energia é fundamental nos dias de hoje, haja visto o que vem acontecendo na Europa com o gás natural da Rússia.
Alan Castrillon Aleixes, Engenheiro Eletricista da Sesco Engenharia, empresa parceira do Sicredi, explica que a cerca de 5 anos, o governo criou algumas facilidades para estimular o uso da energia fotovoltaica. Uma delas, foi o incentivo fiscal para a importação de equipamentos e a sua comercialização interna. Um outro incentivo foi a criação de um sistema de crédito, em KWH (energia), para ser usado pelo consumidor nos horários que não tem sol, ou quando o consumo é maior que a geração de energia solar.
Estes créditos têm uma validade de 5 anos. Ou seja, o excedente gerado com a incidência solar poderá ser resgatado em até 5 anos, a contar da data de origem desse excedente. Essa energia, em crédito, poderá ser utilizada pelo cliente gerador no momento em que o sistema fotovoltaico não tiver condições de atender a demanda de energia desse cliente.
Ele ainda explica que com o avanço da tecnologia e um número cada vez maior de comercialização de equipamentos fotovoltaicos, os custos vêm sofrendo quedas significativas, mesmo considerando que em nosso país estes equipamentos são importados em dólar. Hoje, o retorno de investimento com os preços praticados no mercado, gira em torno de 48 meses. A visão que se deve ter nesse tipo de investimento é que o cliente passa a ser um produtor de energia como se fosse uma mini hidrelétrica, diferenciando somente no tipo de geração que é com a incidência da luz solar.
“Um sistema de energia fotovoltaico que a pouco tempo atrás tinha um retorno de 6 anos, hoje pode ter o retorno em 4 anos ou até menos. Em suma, onde quer que seja, a geração de energia elétrica é compensatória como investimento”, finaliza o engenheiro.
Serviço: Semana da Energia Renovável, de 30 de maio a 3 de junho, em todas as agências da Sicredi Campo Grande realiza, com taxas e prazos especiais para os associados. Mais informações: (051) 3358-4770.