O sistema de monitoramento da “Abrace o Pantanal” apelidado como “Sistema Pantera”, identificou na tarde da última terça-feira (2), por volta das 14h, o primeiro foco de incêndio na região do Palmital, localizada na Serra do Amolar, uma das áreas de preservação do bioma.
A região está localizada em Corumbá, e é considerada a mais isolada do bioma pantaneiro.
Após a identificação do foco, a equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP ) acionou as autoridades competentes para ajudar na contenção do fogo. Os trabalhos possibilitaram que o fogo regressasse durante a noite, mas a região segue em alerta, já que existem chances do foco aumentar.
O presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo, explicou que o compartilhamento de informações é essencial para ajudar a chegar aos focos de incêndio o quanto antes, ainda mais em regiões como esta, que são de difícil acesso.
“A região onde o primeiro foco foi identificado é de difícil acesso. A Brigada Alto Pantanal não consegue chegar de barco ou carro. Por isso, compartilhamos as informações com as autoridades que também atuam no combate às chamas. Estamos vivenciando o período crítico do fogo na região”, conclui.
A iniciativa Abrace o Pantanal foi lançada em junho, estrategicamente no período que antecede a temporada de incêndios no Brasil. É uma realização do IHP, da umgrauemeio, Brigada Aliança e Polo Socioambiental Sesc Pantanal, com apoio financeiro da JBS.
O projeto tem como objetivo proteger 2,5 milhões de hectares do bioma pantaneiro, e é um dos maiores do mundo em preservação ambiental por meio da detecção rápida e melhor combate a incêndios, reunindo câmeras de monitoramento, inteligência artificial e brigadas de incêndio.
O sistema de monitoramento oferece alerta diário dos pontos suscetíveis à incêndios e presta apoio às brigadas. As torres de monitoramento detectam o foco de incêndio e comunicam instantaneamente, o que permite um avanço significativo no combate aos incêndios, já que satélites demorariam aproximadamente três dias para detectar o fogo.
Histórico
Em 2020, um incêndio que teve início em setembro atingiu mais de 90% da Serra do Amolar, área que possui 300 mil hectares dispostos nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Segundo estimativas, 17 milhões de animais vertebrados foram mortos e 742 mil árvores foram perdidas.
No ano de 2021 houve uma redução significativa, com registro de apenas 7% de área atingida pelo fogo na região.
fonte: IHP