Maquinários da Prefeitura do Município de Camapuã, administrada por Manoel Nery (PP), foram flagrados operando em uma propriedade rural particular do Município. O vereador eleito, Luiz Gonzaga (MDB), divulgou um vídeo onde ele e o vereador Nilcilei Dog (PSD) flagram as máquinas trabalhando em uma área a 70 km do centro do município.
Segundo o vereador, que pretende levar a denúncia ao Ministério Público Estadual, a propriedade acabou de ser comprada por um morador do Estado de São Paulo.
“Recebemos a denúncia que estavam fazendo pista de avião na fazenda. Uma pista enorme e dentro da cidade os carros não conseguem sair com ruas cheias de buracos, ruas de terra que não são asfaltadas. Em torno de 30% a 40% das ruas do município não são asfaltadas”, reclama o vereador.
Luiz Gonzaga ressalta que no Município há vários casos de pontes em situação precária e de pessoas que não conseguem sair de casa quando chove e a prefeitura está utilizando máquinas para atender pista em área particular.
“Funcionários da prefeitura estavam dentro do carro, porque estava chovendo na hora. É uma aberração com o dinheiro público… Estamos sofrendo para tirar leite dos produtores, estamos com dificuldade em entregar leite no laticínio, porque não tem estrada e nem ponte”, protestou.
Outro lado
O secretário de Administração e Finanças e interino de Obras, Jean Carlos da Silva, explica que a prefeitura autorizou a manutenção de uma pista já existente, que atende produtores da região.
“O produtor requereu e a prefeitura autorizou a realização. O produtor também recolheu aos cofres as despesas referentes ao serviço prestado. A propriedade é de final de linha de um veículo escolar. Dá todo suporte, casa para o servidor dormir lá e alimentação”, justificou.
Jean não soube precisar o valor pago pelo proprietário, alegando que não sabia o total de tempo que o maquinário seria utilizado na tarefa. Ele reforça que não é a primeira vez que essas denúncias são feitas, pontuando que no ano passado denunciaram a entrega de caminhões de cascalho e a prefeitura acabou sendo absolvida na Câmara e no Ministério Público.