Para lidar com o alto número de cancelamento de voos por conta da contaminação de parte da tripulação pela Covid, a companhia aérea Azul propôs um ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) que envolve a publicação de escalas quinzenais (e não mais mensais, como de praxe) e a redução facultativa do número de folgas nos meses de fevereiro e março.
A título de indenização, a empresa está propondo um vale-alimentação mensal de R$ 463,21. O ACT, que teria vigência de 12 de janeiro a 31 de março, será votado na tarde desta quarta-feira (12). A proposta foi apresentada na noite de segunda-feira (10), em live do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas).
A Azul já começou o processo de contratação de aeronautas, especialmente comissários de bordo, mas o processo leva tempo, por se tratar de uma mão de obra muito especializada.
A reportagem apurou que o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) vem recebendo diversas denúncias sobre programações de voo planejadas com o número de comissários reduzidos, o que contraria regimentos da categoria.
O sindicato enviou ofício à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informando que só no dia 6 de janeiro foram 16 voos realizados com equipe reduzida. Na data, a Azul começou a informar o cancelamento dos voos, que então representavam 5% da sua malha, o equivalente a 45 viagens no dia.
“Importante destacar que muitos comandantes que teriam operado com a suposta planejada tripulação reduzida indagaram previamente e formalmente à companhia aérea sobre a legalidade do ato, sendo que a empresa, por meio de email, informou que tal circunstância figuraria exceção à regra, e que estaria autorizada pela Anac e Diretoria de Operações”, diz o ofício enviado pelo SNA à Anac.
O sindicato dos aeronautas pediu à agência que investigue as denúncias recebidas quanto às possíveis operações com tripulações reduzidas e, caso seja verificado o descumprimento da regra, tome as providências cabíveis.
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