Os hotéis e demais meios de hospedagem do Brasil terão que abandonar de vez o uso de fichas em papel. A partir de 19 de fevereiro de 2026, logo após o Carnaval, entra em vigor a obrigatoriedade da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH) em formato digital, conforme determina a Portaria nº 41, publicada pelo Ministério do Turismo (MTur) no Diário Oficial da União.
A digitalização, anunciada em setembro e bem recebida pelo setor, tem como objetivo facilitar o processo de check-in e check-out, reduzir a burocracia e padronizar os registros em todo o país. O novo modelo também permitirá que o governo federal colete dados estratégicos sobre ocupação hoteleira e perfil dos turistas, ajudando na formulação de políticas públicas para o setor.
Adeus ao papel
Com a nova regra, todos os dados do hóspede passarão a ser inseridos digitalmente em um sistema nacional. O preenchimento poderá ser feito diretamente pelo visitante, via conta gov.br, ou pelos atendentes dos estabelecimentos, sem necessidade de impressão ou assinatura física. Após a implantação, o uso da ficha manual será descontinuado.
O prazo de 90 dias para adaptação foi estipulado para que os hotéis implementem os ajustes técnicos sem prejudicar a operação durante a alta temporada, que inclui o verão e o Carnaval — dois dos períodos de maior movimento do setor.
O sistema da FNRH Digital foi desenvolvido pelo Ministério do Turismo em parceria com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). A plataforma permite:
- Pré-check-in com QR Code ou link;
- Check-in no balcão, via sistema digital do hotel;
- Check-out eletrônico;
- Integração com sistemas internos de hotéis por meio de API segura.
A digitalização prevê ainda o aproveitamento de dados previamente cadastrados em bases públicas, acelerando o preenchimento das informações no momento da hospedagem. Isso vale inclusive para estrangeiros, cujos dados serão inseridos pelo atendente do hotel, já que não têm acesso ao sistema gov.br.
Setor hoteleiro vê avanço
Para entidades representativas da hotelaria, a digitalização representa um passo importante rumo à modernização do setor. “Acreditamos que vai agilizar o check-in e check-out, reduzir burocracias e fornecer dados em tempo real”, avaliou Orlando de Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
A mesma opinião é compartilhada por Marcelo Picka Van Roey, presidente do Conselho da Resorts Brasil. “É um movimento importante de inovação. Também fortalece a geração de estatísticas e a formulação de políticas públicas mais eficientes.”
Benefícios diretos da digitalização
- Agilidade no atendimento ao cliente;
- Eliminação de papel e processos manuais;
- Dados atualizados sobre taxas de ocupação por região;
- Subsídio à formulação de estratégias públicas e privadas no setor turístico.
Apesar de a obrigatoriedade entrar em vigor apenas em fevereiro, os hotéis já podem acessar o sistema e iniciar o processo de adaptação. Hóspedes também podem atualizar seus dados na conta gov.br para facilitar o uso futuro da FNRH Digital em suas viagens.
A expectativa do Ministério do Turismo é de que a mudança aumente a eficiência operacional dos meios de hospedagem, eleve a competitividade do setor e gere dados confiáveis sobre a movimentação de turistas no país — um salto importante na digitalização do turismo brasileiro.
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