Plano Brasis mira turismo internacional e projeta MS como novo protagonista verde do Brasil

O turismo internacional no Mato Grosso do Sul ganhou novos rumos nesta terça-feira (11), com a apresentação oficial do Plano Brasis 2025–2027 em Campo Grande. Em coletiva realizada pelo Sebrae/MS, Embratur e Governo do Estado, representantes das três instituições destacaram as diretrizes que colocarão o Estado no radar dos mercados turísticos mundiais, por meio de um planejamento estratégico unificado, baseado em dados e focado em resultados.

“O Plano Brasis une Sebrae, Embratur e os governos estaduais numa única estratégia de promoção do nosso destino turístico”, explicou Sandra Amarilha, diretora-técnica do Sebrae/MS. Segundo ela, a ideia central é evitar a sobreposição de ações, canalizando esforços de forma coordenada para potencializar o alcance do turismo regional no mercado internacional.

Segundo Sandra a ideia central é evitar a sobreposição de ações – (Foto: Douglas Vieira)

O que é o Plano Brasis? 

Instituído pela Portaria nº 11/2025 do Ministério do Turismo, o Plano Brasis é o novo Plano Internacional de Marketing Turístico do Brasil para o período de 2025 a 2027. Ele sucede o antigo Plano Aquarela com um modelo mais robusto de gestão e metas, focado em dados, inteligência de mercado e alinhamento estratégico com o setor de turismo nacional e internacional.

“É um documento de altíssima qualidade”, reforçou Amarilha, ao destacar que o plano permite “uma lógica de negócios, com perfil de público, nicho e mercado muito bem definidos para cada destino”. A coautoria do plano envolveu profissionais de marketing, gestores públicos e representantes do trade turístico.

O Mato Grosso do Sul se encaixa perfeitamente no perfil de destinos de nicho priorizados pelo plano. Com o Pantanal, Bonito, Serra da Bodoquena e outras regiões em destaque, o Estado está sendo promovido como referência mundial em turismo de natureza e observação de vida selvagem. Dados mostram que, só em janeiro de 2025, MS recebeu mais de 14 mil turistas internacionais, batendo recorde histórico.

Publicações internacionais como National Geographic, BBC Travel, Condé Nast Traveler e Forbes já destacam o Pantanal como o melhor lugar do mundo para observar onças-pintadas, além de um destino emergente para safáris e ecoturismo de alto padrão.

Pequenos negócios são peças-chave na estratégia 

O Sebrae tem papel fundamental na inclusão dos pequenos empreendimentos da cadeia turística. “Desde 1992, o Sebrae trabalha no desenvolvimento do turismo em MS, com ações que vão da gastronomia à economia criativa”, afirmou Sandra Amarilha. A instituição é responsável por capacitar pequenos empresários para atender a nova demanda com qualidade, desde pousadas familiares até guias turísticos e produtores artesanais.

O diretor de Marketing Internacional da Embratur, Bruno Reis, destacou que o plano estabelece prioridade para mercados como Estados Unidos, América do Sul, Europa e Ásia. “Mas não se trata apenas do país, e sim do nicho que queremos atingir. É o observador de fauna? O ecoturista? Temos isso detalhado no plano”, explicou.

O diretor de Marketing Internacional da Embratur, Bruno Reis – (Foto: Douglas Vieira)

A lógica se baseia na classificação dos mercados emissores em quatro níveis: consolidados, essenciais, de crescimento e de oportunidade. Para o Mato Grosso do Sul, os mercados estratégicos definidos incluem Estados Unidos, Alemanha, Países Baixos, Chile, Argentina, entre outros.

Segundo o diretor-presidente da Fundação de Turismo do MS, Bruno Wendling, há regiões do Estado onde o turismo internacional já predomina. “No Pantanal de Aquidauana e Miranda, 70 a 75% dos turistas são estrangeiros. Já em Corumbá, chega a 85%.” Ele destacou que o foco agora é qualificar ainda mais a experiência, com estratégias voltadas para aumentar o tempo de permanência e o ticket médio.

Wendling lembrou ainda que os Estados Unidos são o “mercado filé” para o MS. “É um mercado muito potente em termos de crescimento. Temos representação internacional lá e campanhas importantes como o Pantanal Jam em Nova York”, afirmou.

Segundo o diretor-presidente da Fundação de Turismo do MS, Bruno Wendling – (Foto: Douglas Vieira)

O plano também abre espaço para destinos ainda em processo de estruturação, como a região do Rio Ivinhema e municípios com potencial para o turismo de base comunitária. “A governança local é essencial. Não adianta o atrativo estar pronto se a cadeia produtiva não estiver funcionando”, disse Sandra Amarilha.

As projeções nacionais são ambiciosas. Em 2025, o Brasil deve atingir 7,3 milhões de turistas internacionais. Até 2027, a meta é chegar a 8,1 milhões. No MS, o plano já começa a dar frutos: só no primeiro semestre de 2025, houve crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2024.

 

 

 

fundtur/ms

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *