A importância em proteger os suínos da Pneumonia enzoótica

Manter os cuidados com a saúde do rebanho é essencial para prevenir futuras doenças. A pneumonia enzoótica suína pode ser uma delas. Presente no mundo inteiro, a transmissão acontece quando um animal saudável tem contato direto com um suíno doente.

Segundo o analista da Embrapa Marcos Morés, a pneumonia enzoótica suína, ou pneumonia micoplásmica, é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycoplasma hyopneumoniae (MH), que na tradução é pneumonia micoplásmica.

O analista explica que grande parte das granjas, principalmente as que produzem animais para abate, estão contaminadas com a bactéria. Entre as principais causas da doença estão a superlotação das granjas e a mistura de animais de diferentes lotes.

“Quando você mistura animais de origens diferentes, estará misturando animais que têm imunidade diferentes para o agente. Alguns animais podem ter uma imunidade mais baixa. Essa mistura com animais que estão transmitindo uma quantidade maior da bactéria pode favorecer a ocorrência da doença de uma forma mais grave”, salienta.          

Como proteger o rebanho?

Rebanho suíno

Alguns fatores importantes para proteger o lote dizem respeito ao manejo. Um exemplo é o controle da temperatura e da ventilação dentro dos galpões. “É necessário que se evite variações muito amplas de temperatura, que vão favorecer também a ocorrência não só dessa doença, mas de outras doenças respiratórias também”, explica Marcos.

Evitar correntes de ar frio dentro dos galpões é muito importante, assim como encontrar um equilíbrio para os animais não passarem frio e nem calor.

“O ar não deve ficar pesado, com uma quantidade grande de gases como amônia e CO²”, comenta Marcos. Outro fator importante é alojar animais da mesma idade. Isso favorece o controle de doenças. “Misturar animais de diferentes idades pode favorecer a ocorrência de doenças de uma forma mais grave, já que os animais mais velhos transmitem as infecções para os animais mais jovens.”

Limpeza das baias 

Suíno

Durante os intervalos entre lotes é imprescindível que a limpeza e a desinfecção aconteçam em toda a instalação. “É necessário retirar a matéria orgânica utilizando detergente e também usar desinfetantes para matar quaisquer resíduos de bactérias, vírus ou agentes que possam ter permanecido na instalação”, orienta Marcos.

No inverno, o cuidado deve ser ainda maior. Isso porque durante as baixas temperaturas as ocorrências de doenças respiratórias aumentam. “Daí a importância de se manejar as cortinas para evitar um ambiente frio e com correntes de ar, mas, ao mesmo tempo, impedir que as instalações fiquem muito fechadas”, diz Marcos.

Doença pode prejudicar todo lote

Ninguém quer prejuízo nas granjas, não é mesmo? Marcos destaca que, além dos gastos com medicamentos, a pneumonia enzoótica pode acarretar em prejuízos relacionados à conversão alimentar. O ganho de peso dos animais pode diminuir entre 5% e 8%. A mortalidade não é uma consequência direta da doença, porém, podem ser desencadeadas outras infecções mais graves, como a pasteurella multocida, que pode provocar mortes no rebanho.

A vacina já existe no mercado e grande parte dos produtores a utilizam. “Ela é importante para auxiliar na diminuição da gravidade da doença e também para  diminuir a transmissão entre os animais”, conclui.

 

embrapa

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