Analisado o Relatório de Impacto Ambiental, a gigante chilena, Arauco, conseguiu finalmente a emissão de Licença Prévia para a fábrica de papel e celulose que planeja implantar no município de Inocência.
Conforme o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA), o parecer que recomendava a emissão foi aprovado de forma unânime na tarde dessa quinta-feira (25).
Inocência passará a abrigar a fábrica de papel e celulose, assim como uma termoelétrica, por isso a necessidade de Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) detalhados, que tragam um diagnóstico ambiental, avaliação das consequências e mais.
Importante frisar que o Conselho, presidido pelo titular da de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), é composto por 20 membros, sendo metade de instituições públicas e o restante representantes da sociedade civil.
“Tomamos todos os cuidados, tanto do ponto de vista ambiental, quanto de infraestrutura urbana para suportar esse crescimento repentino que terá Inocência”, afirmou o titular da pasta, Jaime Verruck, em nota.
Prevendo investir cerca de R$ 28 bilhões, o empreendimento chileno estima a contratação de 12 mil pessoas durante as obras, gerando em torno de 1.070 empregos diretos e indiretos quando já estiver em atividade.
Em quatro anos deve entrar em operação a 1ª fase desse projeto, sendo a segunda para 2032. Estima-se que as capacidades de produção devem girar em torno de 2,5 milhões de toneladas de celular anualmente.
Operando sem parar, essa fábrica deverá elevar o Produto Interno Bruto (PIB) sul-mato-grossense e, inclusive, a Arauco já firmou intenções com o Executivo municipal, para melhorar a infraestrutura a ponto de suprir os impactos logísticos, populacionais, fiscais, entre outros.
Como exemplo, o protocolo de intenções entre Inocência e a gigante chilena destaca a construção da 3ª pista na rodovia MS-377, além de apoiar a estruturação e implementação do Plano Diretor local a ações de demandas da gestão.
Ainda, a Arauco trará energia elétrica através da termoelétrica, pela queima de raízes e galhos, produzindo até 420 MW e boa parte dessa energia será consumida pela própria fábrica, exportando o excedente.
Vale lembrar que Mato Grosso do Sul foi pioneiro nesse modelo de termoelétrica, com a unidade Onça Pintada, da Eldorado Brasil, em Três Lagoas, que entrou em operação em 09 de abril de 2021.
Cabe destacar que essa etapa conquistada ontem (25) junto ao CECA é o pontapé para materializar esse projeto, sendo que a Arauco precisa solicitar agora a Licença de Instalação (LI) ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e depois uma Licença de Operação (LO).
Arauco em MS.
Como já detalhou anteriormente Verruck, a fábrica de celulosa da Arauco trabalha com base florestal de aproximadamente 200 mil hectares de terra arrendada.
“Haverá mais eucalipto para celulose e menos soja no cenário de exportação a partir de 2025. A mudança tornará Ribas do Rio Pardo a capital mundial do eucalipto”, pontuou à época.
Há ainda a previsão, por parte da gigante chilena, de apostar em uma segunda linha de celulose, dobrando os valores investidos, além de mais US$ 1 bilhão em arrendamento de terras e no plantio de florestas.
Em dezembro a Arauco, que possui cerca de 80 mil hectares de floresta cultivada em Mato Grosso do Sul, sinalizou a estimativa de somar outros 60 mil hectares a esse total, conforme o CEO, Carlos Altimaras, em entrevista à especializada Portal Celulose.
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