Déficit de produtos quimícos ainda continua no Brasil

O déficit acumulado na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 11,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, de acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Isso representa um recuo de 9,2% na comparação com o resultado recorde do indicador para o período, de US$ 12,7 bilhões entre janeiro e março de 2022.

“Contudo, o déficit no primeiro trimestre de 2023 ainda equivale ao dobro da média registrada previamente à pandemia da COVID19. Nos últimos 12 meses, o déficit em produtos químicos somou US$ 61,8 bilhões (abril de 2022 a março de 2023), redução de US$ 1,2 bilhão para tal indicador em bases anualizadas frente ao resultado do ano passado (déficit recorde de US$ 63 bilhões).

No acumulado dos três primeiros meses deste ano, as importações de produtos químicos somaram US$ 15,3 bilhões, redução de 8,3% em relação ao mesmo período de 2022. Já as exportações, de praticamente US$ 3,8 bilhões, apresentaram, por sua vez, uma diminuição de 5,3% na mesma comparação. Ambos os resultados se justificam no contexto das reduções de 5,2% das quantidades físicas importadas pelo Brasil e de 1,2% daquelas vendidas pelo País para seus parceiros comerciais”, comenta a entidade.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o mundo vive uma verdadeira “nova revolução industrial” ancorada em resiliência produtiva, circularidade e transição energética, priorizada pelas principais economias globais por meio de robustos programas de estímulo industrial.

“Nos últimos anos, a falta de competitividade e a consequente descontinuidade de diversas linhas de produção resultaram em um elevado nível de participação das importações sobre a demanda e na dependência externa brasileira em setores estratégicos, como o do agronegócio. Esse é um ciclo que precisa ser imediatamente revertido por meio de um projeto nacional de desenvolvimento industrial sustentável, levando em conta outros exemplos que estão dando certo pelo mundo e viabilizando uma agenda de fortalecimento da indústria química brasileira, concentrada em quatro grandes missões setoriais: gás natural, bioprodutos, energias renováveis e saneamento básico.”

 

 

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