A crise nas cúpulas nacionais pode implodir a Federação União Progressista, formada pelo PP e União Brasil, e ter impacto na política de Mato Grosso do Sul. O fim da coligação pode devolver o protagonismo à ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) e abalar a candidatura a senador do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP).

Os dois partidos sofrem com as divergências públicas entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que deseja ser candidato a presidente da República, e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, que sonha em ser candidato a vice-presidente na chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Outro entrave é a aliança na Bahia. O União Brasil vai lançar a candidatura a governador do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Já o PP baiano é ligado ao PT, do governador Jerônimo Rodrigues, que vai disputar a reeleição. Atualmente, ACM ainda lidera as pesquisas, mas o petista cresceu e voltou a ser competitivo.
Os dois partidos devem decidir sobre o fim da federação antes mesmo da aliança ser homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Em Mato Grosso do Sul, a senadora Tereza Cristina (PP) seria a presidente da Federação União Progressista.
A maior beneficiada pelo fim seria Rose, que foi candidata de oposição à gestão de Adriane Lopes (PP), reprovada por 80% dos moradores da Capital, segundo a pesquisa do Instituto Ranking Brasil. Caso a atual prefeita seja cassada por compra de votos pela Justiça Eleitoral, ela poderá manter o discurso de oposição.
Caso a federação seja mantida, a ex-deputada federal será candidata da situação e poderia ser prejudicada pela rejeição recorde da administração da atual prefeita. Apesar das duas estarem no mesmo grupo, Rose tem mantido as críticas e até subido o tom em relação a Adriane.
Por outro lado, o fim da aliança pode prejudicar a pré-candidatura a senador de Gerson Claro. Os dois partidos garantem musculatura ao deputado para pleitear o apoio do governador Eduardo Riedel (PP) e até para fazer dobradinha com o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL).
A superfederação não só garante tempo no horário eleitoral, como garante uma boa fatia no Fundo Especial Eleitoral, o famoso fundão.
ojc
