Dupla feminina da vela brasileira fica em 10º na olimpíadas

A missão de Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan era difícil nesta quarta-feira, último da vela na Olimpíada de Tóquio. Precisavam vencer a “medal race” da classe 470, que dá pontuação em dobro, e torcer por uma combinação de resultados, envolvendo as principais rivais, para alcançar o bronze. Mas ela terminaram a regata decisiva no 10º e último lugar.

Com o resultado, terminaram na nona colocação geral da 470, longe do pódio, que teve as britânicas Hannah Mills e Eilidh Mcintyre com a medalha de ouro, com 38 pontos perdidos. As polonesas Agnieszka Skrzypulec e Jolanta Ogar levaram a prata e as francesas Camille Lecointre e Aloise Retornaz ficaram com o bronze, ambas as duplas com 54 pontos perdidos – as polonesas ficaram na frente por terem vencido mais regatas.

Fernanda e Ana Luiza iniciaram o dia com 62 pontos perdidos, após terem vencido a última regata de terça. Estavam motivadas porque no total venceram duas das dez regatas da classe e conseguiram a vaga na medal race de última hora. No entanto, elas voltaram a mostrar irregularidade em Tóquio e terminaram no 9º lugar, com 82 pontos perdidos.

A oscilação foi a grande marca da campanha das duas brasileiras na classe 470 na Baía de Enoshima. Elas não conseguiram se manter entre as primeiras colocadas em todas as regatas. E, nesta quarta, tiveram dificuldades desde o início, sem chegar a brigar pela primeira posição.

A regata desta quarta pode ter sido a última olímpica de Fernanda, uma das atletas mais experientes da delegação brasileira. Aos 40 anos, a gaúcha disputou sua sexta Olimpíada da carreira. Ela foi medalhista de bronze nos Jogos de Pequim-2008, com Isabel Swan. Com Ana Luiza, com quem navega desde o fim de 2008, alcançou o sexto posto em Londres-2012 e o oitavo no Rio-2016.

Em entrevista ao Estadão, antes da estreia, mas direto de Tóquio, ela evitou projetar o futuro. Mas indicou que pode estar se aposentando da Olimpíada porque a classe 470 vai mudar de formato para Paris-2024. Vai se tornar mista. “Gosto muito de fazer o que eu faço, tenho condição física para seguir. O problema é que a 470 vai deixar de ser feminino. E eu não poder velejar mais com a Ana, o que me obriga a encontrar um parceiro para começar tudo de novo. Isso dificulta um pouco”, comentou.

Ela também afirmou que não pretende mudar de classe. “Procuro muito não pensar nisso agora. (Depois dos Jogos) Quero descansar um pouco, ficar com os filhos e aproveitar a infância deles. Não pretendo mudar de classe. Exigirá muito tempo de mim, e um tempo que talvez eu não tenha por causa das crianças”, declarou.

 

 

 

cob

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *