O hacker Walter Delgatti Neto foi condenado nesta segunda-feira (21) a mais de 20 anos de prisão em regime fechado pela Justiça Federal do Distrito Federal, por crimes apurados no âmbito da operação Spoofing.
Delgatti foi condenado por ataques cibernéticos direcionados a autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal.
Ao todo, o juiz substituto Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal, aponta 126 vítimas de interceptações de comunicação telefônica feitas pelo hacker.
O magistrado afirma que o hacker descumpriu medidas cautelares em duas ocasiões, bem como usou o nome “Danilo Cristiano Marques” para “continuar com seu intento criminoso e escapar do cumprimento do mandado de prisão” contra ele, segundo a decisão.
Ainda, o juiz aponta que Delgatti contituiu organização criminosa para praticar “furtos bancários mediante fraude”, a qual evoluiu para “devassar a intimidade de autoridades públicas e obter ganhos financeiros”.
As mensagens trocadas com o ex-procurador Deltan Dallagnol mostraram uma relação alinhada entre Ministério Público e juiz, o que foi decisivo para a derrocada da operação, anos depois.
Delgatti admitiu à PF que entrou nas contas de procuradores da Lava Jato e confirmou que repassou mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato.
O hacker depôs na semana passada na CPI do 8 de janeiro e na Polícia Federal, ocasião em que acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar de ações para atacar a Justiça Eleitoral e de tramar contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
fonte: Agência Brasil/EBC