O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o foco da pasta é “proteger a economia brasileira” em meio aos desafios do cenário externo. A fala ocorreu após questionamento de um jornalista sobre possíveis impactos no Brasil do conflito entre Israel e Hamas.
“Com o cenário externo se complicando como está, o nosso desafio aqui é fazer a nossa agenda interna evoluir o mais rápido possível para proteger a economia brasileira como fizemos no passado”, disse Haddad em coletiva de imprensa em São Paulo.
Na ocasião, o ministro divulgou a nova fase do programa Desenrola Brasil. A iniciativa do governo federal faz parte desta pauta interna citada por Haddad, assim como a alta geração de emprego e queda da taxa de juros.
A última divulgação do Ministério do Trabalho mostrou que o Brasil abriu 220.884 vagas de trabalho formal em agosto. Também em setembro, o Banco Central reduziu a taxa de juros em 0,50 ponto percentual. Com isso, a Selic caiu de 13,25% para 12,75% ao ano.
Para o ministro da Fazenda, esses índices alcançados não podem “se perder”. Por isso, a urgência por mudanças internas, como ocorreu em outros anos.
“No passado acumulamos reservas, pagamos nossa dívida externa, fomos credores do FMI [Fundo Monetário Internacional]. Tudo isso aconteceu no segundo mandato do presidente Lula e protegemos a economia brasileira da onda externa que veio muito negativa”, explicou.
O ministro afirmou ainda que “quanto mais desafiador o cenário externo, maior a pressa” para tratar dos assuntos.
“Os juros nos EUA não compete a nós decidir, o preço do petróleo não compete a nós decidir. O que o Brasil tem feito, sobretudo pela sua diplomacia, é levar uma mensagem de paz, de nova governança internacional, para que o mundo encontre instrumentos para enfrentar os desafios que estão colocados”, completou Haddad.
Impactos na economia global
Embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, a escalada das tensões no Oriente Médio assustou os investidores.
A inflação, o receio de uma recessão econômica global e uma correção após meses de alta fizeram com que os preços do petróleo nos EUA caíssem de cerca de US$ 95 (R$ 488,99) há algumas semanas para pouco mais de US$ 80 (R$ 411,78) na semana passada.
Na manhã da última segunda-feira (9), no entanto, os preços do petróleo nos EUA subiram acima dos 3%, ultrapassando US$ 85 (R$ 437,52) por barril, depois de reduzirem os ganhos durante a noite.
O petróleo Brent, referência global, também subiu quase 3%, sendo negociado a quase US$ 87 (R$ 447,82) o barril.
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