Mato Grosso do Sul antecipa aumento de 3% na produção de soja para o ciclo 2023/2024

Mato Grosso do Sul está no caminho para atingir uma produção recorde de soja no ciclo 2023/2024, com uma estimativa de 14,4 milhões de toneladas, representando um aumento de 3% em relação à safra anterior. A análise do Itaú BBA, baseada em dados da Conab, revela que, apesar dos desafios climáticos enfrentados pelo agronegócio, as perspectivas para o Estado permanecem otimistas.

Analistas de Consultoria Agro do Itaú BBA destacam que a expectativa de aumento na área plantada com soja impulsionará a produção, mesmo com uma previsão ligeiramente menor de produtividade comparada à safra anterior. A Conab projeta um incremento de 3% na produção sul-mato-grossense, indicando um cenário positivo para o agronegócio estadual.

A análise regional abrange o centro-sul do país, englobando Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com ênfase no expressivo aumento previsto na produção de soja do Rio Grande do Sul. O fenômeno climático El Niño, favorável ao Sul do Brasil, contribui para a projeção da Conab de um crescimento de 68% na safra gaúcha. A expectativa total para o centro-sul do país é de 136,4 milhões de toneladas, representando um aumento de 5,6% em relação à safra anterior.

Entretanto, o plantio tardio da safra de verão pode impactar a safrinha de milho. O consultor Francisco Queiroz destaca que a área de milho segunda safra pode ser afetada devido ao atraso no plantio, aumentando os riscos climáticos e impactando a produtividade. A Conab projeta uma redução de 4,5% na área plantada de milho segunda safra em nível nacional, com quedas específicas de 3,7% em Mato Grosso do Sul, 5,3% no Paraná e 4,1% em São Paulo.

Os dados do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS) indicam que, até dezembro, a área plantada na safra de soja 2023/2024 atingiu 96,2% no estado. A região central lidera o avanço, alcançando 97,8%, enquanto a região sul registra 96,0%, e a região norte, 94,3%. A estimativa atual da área plantada é de 4,103 milhões de hectares.

No entanto, consultores alertam para os desafios climáticos associados ao El Niño, que podem prejudicar a safrinha de milho. As mudanças bruscas de temperatura na primavera, intensificadas pelo fenômeno, são monitoradas pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS).

Os efeitos adversos do El Niño, como atrasos nas chuvas e ondas de calor, podem impactar negativamente as lavouras. A tendência de enfraquecimento do El Niño nos próximos meses, combinada ao possível atraso no plantio de milho, aumenta os riscos de frio e geadas em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Com expectativas mistas para o ciclo agrícola 2023/2024, os desdobramentos climáticos e as decisões dos produtores se tornam determinantes para os resultados finais no setor agropecuário de Mato Grosso do Sul.

 

 

conab

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