O Governo de Mato Grosso do Sul deu mais um passo para melhorar o transporte aéreo dentro do próprio estado. Nesta quarta-feira (02 de julho de 2025), foi criado um grupo de trabalho que vai pensar em maneiras de aumentar os voos entre as cidades sul-mato-grossenses. A ideia é facilitar a vida de quem mora longe da capital e precisa se deslocar com mais rapidez.
Esse grupo foi criado por meio de um decreto oficial e terá 60 dias para apresentar um plano, podendo ganhar mais tempo, se for necessário. A equipe será formada por pessoas de várias secretarias do governo estadual.
Tudo isso está acontecendo no melhor momento possível: o estado vive o maior ciclo de investimentos em aeroportos da sua história, com obras que somam R$ 735 milhões.
Composição do grupo de trabalho
O grupo criado para planejar a nova aviação regional em Mato Grosso do Sul será formado por representantes dos seguintes órgãos do governo estadual:
SEGOV – Secretaria de Governo e Gestão Estratégica
SEILOG – Secretaria de Infraestrutura e Logística
SEMADESC – Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação
SEFAZ – Secretaria de Fazenda
PGE – Procuradoria-Geral do Estado
Cada órgão terá um titular e um suplente no grupo, que terá 60 dias (prorrogáveis) para apresentar propostas de melhorias no transporte aéreo regional.
Voos para o interior vão começar em setembro
Uma boa notícia para quem mora no interior é que a companhia aérea LATAM vai começar a operar novos voos regulares nas cidades de Bonito e Dourados. A partir de setembro, Bonito terá dois voos por semana para São Paulo (Guarulhos) e Dourados terá três voos por semana para o mesmo destino.
Esses voos serão feitos em aviões maiores, com capacidade para até 174 passageiros. Isso vai facilitar a vida de moradores, empresários e turistas que precisam se deslocar entre MS e outros estados.
Governador Eduardo Riedel durante apresentação sobre a ampliação dos aeroportos regionais de Mato Grosso do Sul
O governador Eduardo Riedel comemorou os novos voos: “É uma excelente notícia para o turismo, os negócios e para quem mora no interior. Isso mostra que estamos avançando”.
Por que o Estado está fazendo isso?
Mato Grosso do Sul está crescendo rápido. O estado é um dos que mais têm se desenvolvido no Brasil, com ajuda do agronegócio, da indústria e de grandes obras. Com esse crescimento, aumenta também a necessidade de transporte rápido para conectar cidades e pessoas.
O aeroporto de Campo Grande, por exemplo, já movimentou mais de 517 mil pessoas só nos primeiros quatro meses de 2025. Mas muitas cidades do interior ainda não têm voos, ou têm poucos.
O objetivo do grupo de trabalho é mudar isso. Eles vão estudar formas de criar novos voos, melhorar os aeroportos e ajudar empresas aéreas a enxergar Mato Grosso do Sul como um bom lugar para investir.
Comparando com outros estados
Outros estados do Brasil já tentaram melhorar seus voos regionais. Alguns deram certo, outros não.
São Paulo, por exemplo, conseguiu bons resultados com parcerias com empresas privadas. Lá, vários aeroportos são operados por uma empresa chamada Rede VOA, que além de voos, oferece serviços extras como eventos, oficinas e até lojas dentro dos aeroportos.
Já Minas Gerais tentou um projeto chamado “Voe Minas”, mas ele acabou em 2019. O problema foi a falta de dinheiro para manter os voos funcionando, já que tudo dependia do governo.
Um bom exemplo é o da Azul Conecta, uma empresa que opera com aviões menores em mais de 55 cidades brasileiras. Eles trabalham com voos, aluguel de aeronaves, manutenção e até ensino para quem quer entrar na área. Tudo isso faz o negócio ser sustentável e crescer ano após ano.
Onde está sendo investido o dinheiro?
Dos R$ 735 milhões que estão sendo aplicados em aeroportos no MS, R$ 658 milhões são do governo federal. Esse dinheiro vai melhorar os aeroportos de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Corumbá.
Além disso, o próprio estado está investindo em cidades menores.
Dois exemplos:
– Maracaju vai ganhar seu primeiro aeroporto. As obras custarão cerca de R$ 17,5 milhões.
– Inocência já inaugurou seu novo aeródromo, com um investimento de R$ 19 milhões.
Esses investimentos ajudam não só na mobilidade, mas também a atrair novas empresas e gerar empregos, como aconteceu em Inocência, onde uma grande fábrica de celulose está se instalando.
Aeronave pousa na pista do novo aeródromo de Inocência (MS), obra que recebeu investimento de R$ 19 milhões do governo estadual — Foto: Saul Schramm
O que o grupo de trabalho vai fazer?
O grupo vai olhar com calma para a situação atual dos voos no estado, pensar novas rotas, avaliar quais cidades têm mais necessidade de conexão e propor parcerias com empresas privadas.
Eles também vão ver como os aeroportos podem ser usados de outras formas: com eventos, lojas, oficinas, ou até como ponto de apoio para voos de carga ou aviões executivos.
Tudo será feito com cuidado, para que as mudanças sejam viáveis financeiramente e continuem funcionando por muitos anos.
Projeto de ampliação do Aeroporto Internacional de Campo Grande prevê novo terminal, pontes de embarque e mais conforto aos passageiros — Foto: Divulgação/Aena
Turismo e empregos
Com mais voos, cresce também o turismo. Bonito, Pantanal, Serra da Bodoquena e outros lugares incríveis de MS ficarão mais acessíveis para turistas do Brasil e do exterior.
Mais voos também significam mais empregos. Desde motoristas de táxi e hotelaria até mecânicos de avião, atendentes e controladores de voo. Todo o setor aéreo movimenta a economia e abre novas oportunidades.
O grupo terá até setembro para entregar as primeiras ideias. A expectativa é que esse plano transforme de vez a forma de viajar dentro do estado.
Mato Grosso do Sul tem hoje uma chance única de se tornar referência no Brasil quando o assunto é aviação regional. O governo está investindo, o turismo está crescendo e as empresas aéreas estão de olho no estado.
Se tudo der certo, pegar um avião entre cidades de MS pode virar algo comum nos próximos anos — e isso muda tudo.
gov/ms