A recente operação da Polícia Federal, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, está causando turbulências nas articulações políticas do PL, partido liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, para as eleições municipais deste ano. O impedimento de Bolsonaro e outros líderes do partido de se comunicarem entre si está minando as estratégias previamente planejadas.
As implicações da investigação estão gerando incertezas, especialmente nas duas capitais que são consideradas fortalezas do bolsonarismo no país: Rio de Janeiro e São Paulo.
Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e outros aliados foram alvos da operação, o que os impossibilita de coordenar diretamente as campanhas municipais do partido. Isso representa um golpe significativo para o PL, que pretendia eleger mil prefeitos em todo o país, contando com a popularidade de Bolsonaro e o acesso aos fundos eleitoral e partidário.
No Rio de Janeiro, as disputas internas sobre a escolha do vice do candidato bolsonarista se intensificaram, enquanto em São Paulo, a operação ameaça afetar a campanha do prefeito Ricardo Nunes, que contava com o apoio do PL para ocupar a vaga de vice.
A incerteza provocada pela investigação está levando os partidos aliados a reconsiderarem suas estratégias eleitorais, enquanto candidatos como Nunes tentam minimizar o impacto sobre suas campanhas. Por outro lado, adversários políticos, como Guilherme Boulos, estão buscando capitalizar sobre a situação, destacando a ligação entre Bolsonaro e seus aliados (com inf da Folha Press)
Mato Grosso do Sul
As incertezas no cenário político às vésperas das eleições municipais deste ano em Mato Grosso do Sul não são diferentes de outros estados. As lideranças partidárias acreditam que a operação pode influenciar os votos dos eleitores mais conscientes da direita, levando-os a repensar o apoio a candidatos alinhados com Bolsonaro.
Essa incerteza se reflete nas estratégias dos partidos, com especulações sobre o impacto da operação nas candidaturas e nas alianças políticas. Líderes do PSDB, por exemplo, veem uma oportunidade de atrair os eleitores descontentes com Bolsonaro para seu partido, enquanto lideranças do MDB destacam a necessidade de reavaliar o apoio ao ex-presidente diante do contexto atual.
Cientistas políticos observam que a operação traz um prejuízo significativo à imagem de Bolsonaro e do PL em todo o Brasil, afetando as próximas eleições municipais. No entanto, ressaltam a importância de uma abordagem séria por parte do Judiciário para evitar erros cometidos no passado, como no caso do julgamento do presidente Lula.
Em Mato Grosso do Sul, a impossibilidade de diálogo entre Bolsonaro e os investigados pela operação impacta diretamente as articulações políticas para as eleições municipais, prejudicando a formalização de candidaturas e alianças.
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