A audiência realizada na Assembleia Legislativa de Campo Grande, nesta quinta-feira, trouxe à tona informações impressionantes sobre a Rota Bioceânica, um ambicioso projeto de infraestrutura rodoviária que conectará o Brasil ao Chile, criando um corredor logístico de grande alcance.
O evento foi marcado pela instalação da Frente Parlamentar para o Acompanhamento da Implantação da Rota Bioceânica, contou a presença de ex-governadores e do atual chefe do Executivo Estadual, Eduardo Riedel.
Uma das informações mais notáveis reveladas durante a audiência foi apresentada pelo ministro de Carreira Diplomática de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro. Ele destacou que a Rota Bioceânica abrirá acesso a um mercado colossal de 180 milhões de consumidores por meio de novos fluxos de comércio. Isso representa um avanço significativo para as oportunidades comerciais da região e a integração de módulos logísticos existentes, tornando o transporte de mercadorias mais eficiente.
O ministro Parkinson enfatizou que a Rota Bioceânica é muito mais do que uma conexão rodoviária; é uma plataforma de desenvolvimento econômico e social para a região. Ele mencionou benefícios específicos, como a exportação de carne para o Peru, Equador e Colômbia a custos reduzidos e com maior rapidez, bem como o aumento da movimentação de cargas pelo Chile.
O projeto da Rota Bioceânica está em estágio avançado de desenvolvimento, com a previsão de conclusão de uma das partes cruciais, a Ponte Carmelo Peralta-Porto Murtinho, no primeiro trimestre de 2025. Além disso, o último trecho da Transchaco, com extensão de 220 quilômetros, foi licitado, e as obras começarão no segundo semestre de 2023. No lado brasileiro, o processo licitatório para a construção de uma rodovia em Mato Grosso do Sul, com investimento superior a R$ 300 milhões, terá início no próximo mês.
Outro ponto destacado pelo ministro foi a redução significativa no tempo de viagem para exportações via Oceano Pacífico pelos portos chilenos. Comparado ao Porto de Santos, a diminuição estimada no tempo de viagem é de 23% ou 12 dias a menos. Esse ganho de eficiência pode resultar em economias significativas para as empresas que utilizam a rota.
A Rota Bioceânica também encurtará distâncias para países vizinhos, tornando os trajetos mais econômicos. Mercadorias argentinas, por exemplo, que atualmente percorrem 4.516 quilômetros para chegar a Campo Grande, poderão fazê-lo em apenas 2.396 quilômetros. Da mesma forma, produtos paraguaios exportados por via terrestre que ingressam no Brasil por Foz do Iguaçu, com uma distância percorrida de 1.512 quilômetros, verão essa distância reduzida para 730 quilômetros com o uso do Corredor.
A solenidade contou com a presença de diversas autoridades, incluindo ex-governadores, ex-presidentes do Brasil e do Paraguai, destacando a importância desse projeto não apenas para a região, mas também para as relações internacionais e o desenvolvimento econômico. A Rota Bioceânica promete abrir novos horizontes comerciais e fortalecer a integração da América do Sul.