A pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que um em cada quatro brasileiros não consegue pagar todas as contas mensais. Com isso, fica difícil poupar, segundo o estudo, 69% da população não conseguem guardar dinheiro. Os poupadores são 29%.
O levantamento ainda mostra, que com o orçamento apertado, mais da metade dos entrevistados reduziram as despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar.
Em relação a expectativa, a população espera chegar ao fim do ano com as finanças mais tranquilas. Doa 2.008 entrevistados, 56% acreditam que, até dezembro, estarão com uma situação econômica pessoal melhor ou muito melhor.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, acredita que a pandemia e guerra da Ucrânia foram os principais vilões financeiros para as famílias.
“A pandemia de Covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil. Ao menos, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população – o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando”, afirma.
Além disso, 16% dos brasileiros tiveram de vender algum bem para pagar dívidas e apenas 14% pretendem aumentar gastos este ano. Já 64% cortou gastos desde o início do ano e um em cada cinco brasileiros pegou algum empréstimo ou contraiu dívidas nos últimos doze meses.
Entre quem reduziu o consumo, 61% demonstram otimismo e dizem ser uma situação temporária. Mas apenas 14% dos brasileiros pretendem aumentar os gastos até o fim do ano.
Além da redução de despesas com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados, o orçamento apertado também trouxe mudanças no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%).
A pesquisa encomendada pela CNI para o Instituto FSB Pesquisa é a segunda realizada no ano com foco na situação econômica e hábitos de consumo da população. Foram entrevistados, presencialmente, 2.008 cidadãos em todas as unidades da federação entre os dias 23 e 26 de julho.
ag.brasil