Paulo Henrique Moraes, representante da Cáritas, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que em Brasília tem ajudado refugiados venezuelanos, negou qualquer tipo de atividade de prostituição entre aqueles que a organização ajuda. Caso polêmico envolvendo Jair Bolsonaro (PL) levantou o assunto.
Segundo o Metrópoles, Paulo Henrique falou à imprensa neste domingo (16) na sede do grupo católico.
“Nós desconhecemos essa prática por aqui. Todos os venezuelanos que atendemos aqui na parte da assistência e da garantia de direitos, todas elas são pessoas que buscam empreender, trabalhar. Grande parte são mulheres solteiras, outras casadas, de família. Todas sem essa prática, muito pelo contrário, buscam vivenciar suas vidas de forma íntegra”, ressaltou.
As venezuelanas citadas por Bolsonaro no podcast Paparazzi Rubro-Negro, na última sexta-feira (14), inclusive, não moram mais na casa a qual o presidente as visitou, em São Sebastião, no Distrito Federal.
Conforme o site, o mandatário compareceu ao local em abril de 2021 e a visita voltou à tona por conta de sua fala polêmica sobre ter “pintado um clima” entre ele e as adolescentes que moravam no local. Bolsonaro teria dito, ainda, que, na casa, as menores estavam “arrumadas para ganhar a vida”, insinuando prostituição infantil. “Meninas bonitinhas de 13 a 14 anos arrumadas no sábado, para que? Para ganhar a vida”, disse o presidente.
A fala pegou mal nas redes sociais e o presidente tem sido muito criticado sobre a declaração.
Questionado sobre a situação das mulheres citadas por Bolsonaro, Paulo disse desconhecer a identidade das personagens envolvidas na polêmica, mas que chegou a ele informações de que “as famílias estão muito assustadas com a situação diante da repercussão do que foi vinculado”.
No local, onde as mulheres moravam, vizinhos afirmaram a reportagem que as menores e suas mães não moram mais na residência desde o fim do ano passado, meses após o chefe do Executivo Nacional ter visitado no imóvel.
Ainda conforme o Metrópoles, a atual inquilina da casa informou que as mulheres se mudaram, pois a residência apresentava sérios problemas na estrutura. Ela, inclusive, teria feito um acordo com a imobiliária para morar no espaço enquanto o reforma.
Indagado, um comerciante cuja loja fica ao lado da casa disse ao Metrópoles que sempre via as mulheres passarem pela região, mas declarou não acreditar na afirmativa de que no imóvel funcionava uma casa de prostituição. Segundo ele, elas sempre foram resguardadas e não tinha contato com eles.
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