Em reunião interministerial, ministro da Agricultura volta a destacar agendas ambientais

Carlos Fávaro, novo dirigente do Ministério da Pecuária e Abastecimento (Mapa), participou da primeira reunião interministerial convoca pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (6) e um de seus destaques foi, mais uma vez, o foco que a pasta deverá ter nas agendas ambientais. “Podemos e devemos produzir mais e melhor, sem precisar ofender ou adentrar a Floresta Amazônica, o meu querido Pantanal, ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido”, disse em uma publicação pelas redes sociais.

Fávaro complementou dizendo que está “apoiado nesse voto de confiança do presidente, do novo governo e, sobretudo, da população brasileira e mundial, para trabalhar com afinco, trazendo resultados para quem produz, mas acima de tudo, para todos nós consumirmos com a melhor qualidade que as nossas terras oferecem. Esse é o nosso desafio e um trabalho de todos”.

Carlos Fávaro em reunião interministerial
Carlos Fávaro em reunião interministerial – Foto: Agência Brasil

O primeiro encontro dos 37 ministros foi convocado por Lula para afinar o discurso do primeiro escalão, discutir pautas que já causaram polêmica – como a MP de desoneração dos combustíveis por 60 dias – ou desmandos entre os colegas. O presidente, segundo informou a Reuters, “desautorizou seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na questão da desoneração dos combustíveis, e assistiu a Carlos Lupi, da Previdência, anunciar um inexistente plano de rever a reforma do sistema de aposentadorias, o que foi descartado logo depois”.

Lula
Foto: Agência Brasil

Além disso, a agência de notícias ouviu de uma fonte de gabinete que um dos objetivos da reunião desta sexta-feira foi o de garantir  “que os  anúncios tem de ser avalizados por ele (Lula) antes de virem a público”. Assim, o presidente afirmou ainda que “quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometer algo grave a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça.”

Nos últimos dias, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, chegou a afirmar que não concordava com a proposta da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tivesse uma gestão compartilhada com o Mapa. No entanto, a medida já havia sido defendida por Carlos Fávaro.

Ainda nesta sexta-feira, foi confirmado que Edegar Pretto (PT-RS) será o novo dirigente da companhia, que passará a ser, de fato, responsabilidade do MDA. Por se tratar de uma estatal, porém, o nome de Pretto passa pelo processo de aprovação do Conselho de Administração da Conab. Sua nomeação gera ainda mais ruídos uma vez que o ex-deputado federal petista é filho de Adão Pretto, um dos fundadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

Nesta semana, o Mapa ainda confirmou alguns outros nomes que irão compor a pasta no novo governo.  Carlos Goulart assume a Secretaria de Defesa Agropecuária, Wilson Vaz de Araújo  a Secretaria de Política Agrícola, Irajá Lacerda  a Secretaria Executiva, Renata Miranda fica na Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação, Cooperativismo e Roberto Perosa assume a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.

O chefe de gabinete de Fávaro será Wilson Gambogi Taques e o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) será assessor de Participação Social e Diversidade.

Na Agência Brasil: Governo federal fará levantamento de obras e ações prioritárias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou nesta sexta-feira (5), no Palácio do Planalto, a primeira reunião ministerial de seu governo. Estiveram presentes todos os 37 ministros da nova gestão. O encontro começou por volta das 10 h, com um discurso do presidente, transmitido ao vivo, e depois a conversa seguiu a portas fechadas, com duração de quase cinco horas.

Ao final do encontro, por volta das 15 h, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre os principais pontos da reunião. Entre as deliberações, está um levantamento de obras e ações prioritárias que possam ter entregas ao longo das próximas semanas e meses, além de agendas com a presença do presidente.

“O presidente da República encerrou a reunião falando do seu otimismo e a determinação de, nos próximos dias, ele já fazer agenda nos estados, fazendo entregas, ações concretas de cada pasta. Já a partir da terça-feira [10], nós estaremos, pela Casa Civil, visitando cada ministério, para recepcionar as sugestões e prioridades dos ministros, e das ações que podem e devem ser tratadas com metas para os 100 dias de governo”, disse Costa. Ele não informou quais estados o presidente visitará, o que está em processo de definição. A lista de obras e ações prioritárias deve ser concluída em duas semanas.

O ministro da Casa Civil, pasta que centraliza as ações dos demais ministérios, anunciou a retomada de programas como o Minha Casa Minha Vida, de habitação popular, e a construção de escolas e creches que estão com obras paralisadas. “Vamos hierarquizar do maior percentual de execução para o menor, para que possamos entregar o mais rápido possível”, explicou.

Nomeações
Rui Costa foi questionado por jornalistas sobre as nomeações dos cargos em ministérios e outros órgãos de governo, que devem compatibilizar, segundo ele, capacidade técnica e política. A previsão é que até o final de janeiro os principais cargos de primeiro escalão dos ministérios, formado por secretários e diretores, estejam preenchidos. Mais cedo, o próprio presidente Lula enfatizou que boa parte dos cargos ainda precisará ser preenchida levando em conta esse critério.

“Eu sei que nenhum de vocês ainda montou o ministério. Só foi dado a vocês o direito de escolher o secretário-executivo e o chefe de gabinete. Quero que vocês levem em conta o seguinte, eu não tenho vergonha de dizer que vamos montar um governo com gente da política muito competente, com gente técnica. Eu não faço distinção e nem quero criminalizar a política”, disse Lula.

O presidente também destacou a necessidade de contar com apoio e votos no Parlamento e que, por isso, manterá a mais importante relação com o Congresso Nacional em seu governo. Lula deve embarcar nesta sexta-feira para São Paulo, onde passará o fim de semana.

 

 

 

fonte: ag/brasil-mapa

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