Caderno secreto de empreiteiro confiscado pelo MPMS tem nome de politicos e lideranças influentes no MS

Diversas anotações encontradas no escritório de Edmilson Rosa, proprietário da AR Pavimentação e Sinalização, trazem nomes e informes de vários personagens políticos do Estado.

Rosinha, como é conhecido, é empreiteiro e foi denunciado na Operação Tromper, do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), órgãos do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) que investigam a organização criminosa que opera em Sidrolândia e culminou na prisão do vereador de Campo Grande e ex-secretário municipal de Finanças, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia (Sefate), Cláudio Jordão de Almeida Filho (PSDB), o “Claudinho Serra”.

Em um dos cadernos, aparece o nome de uma das pessoas que colocam sua pré-candidatura à prefeitura de Campo Grande. Há o registro de uma conta bancária no topo da folha e diversos nomes marcados com “OK”.

A lista de políticos também tem o nome de um dos caciques políticos mais atuantes no Estado, sobretudo por sua atuação forte no interior do Estado e por sua proximida ao grupo investigado na cidade de Sidrolândia, local do esquema. Ele aparece em uma anotação de 2022, referente a documentação para obras.

Ainda na lista, há breve citação a duas empresas e a um empreiro de Campo Grande, já investigado pelo Ministério Público em outros procedimentos, e que tem contratos milionários com a prefeitura de Campo Grande e também com o governo.

Como atuam no mesmo ramo, várias anotações ao empreiteiro tratam do dia-a-dia de engenharia e obras.

Porém, no caso das duas empresas, se trata de produtoras e marketing político que prestaram serviço em político derrotado para o governo do Estado em 2022.

OPOSIÇÃO

Nomes da oposicao à atual prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo, também sao citados no caderno. Uma empresa de aviação agrícola, de propriedade do filho de um dos fazendeiros mais ricos do Estado, está em uma folha onde consta projetos a serem realizados pela empreiteira de Rosinha.

A famíia dos donos da empresa de aviação são conhecidos no meio rural pelo forte apoio do bolsonarismo, tendo já recebido o ex-presidente em sua propriedade e até mesmo escrito mensagens de apoio nas lavouras da cidade. As mensagens viralizaram nos grupos de Whats App, como o “Deus, Pátria e Família”

CLAUDINHO SERRA

O chefão do esquema de corrupção no qual Rosinha foi denunciado criminalmente, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul é o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB).

Claudinho operou o esquema quando era secretário de Fazenda na prefeitura de Sidrolândia, cidade em que a prefeita é sua sogra, Vanda Camilo (PP).

Na sexta-feira (26), depois de 23 dias preso preventivamente, ele acabou libertado por força de uma liberdade provisória concedida pelo desembargador José Ale Ahmad Netto.

Ele atendeu o pedido de reconsideração da defesa de Claudinho Serra, e mandou soltar o vereador do PSDB.
Claudinho Serra terá direito à liberdade provisória desde que cumpra as condições estabelecidas pelo desembargador José Ale Ahmad Neto. São elas:

  • Comparecer mensalmente em juízo para comprovar seu endereço;
  • Não frequentar bares ou restaurantes, ou locais de aglomeração de pessoas;
  • Não se aproximar das testemunhas;
  • Comparecer a todos os atos processuais a que for intimado;
  • Não se ausentar da comarca de seu domicílio sem prévia autorização,
  • Ser monitorado por tornozeleira eletrônica e, por fim, não poderá sair de casa à noite, das 20h às 6h.

O descumprimento de qualquer uma destas medidas leva Claudinho Serra de volta para a prisão.

As condições estabelecidas pelo desembargador para a decretação da liberdade provisória praticamente inviabilizam uma campanha de reeleição do vereador nos moldes tradicionais, portanto, a melhor saída seria um pedido de afastamento ou de renúncia junto à Casa de Leis.

SAIBA

A terceira fase da “Operação Tromper” foi deflagrada pelo MPMS tendo como objetivo o cumprimento de oito mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.

O desdobramento das investigações, conduzidas pelo Gecoc e Gaeco, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia.

 

 

CE

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